Médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico.
Escreve aos sábados.
Mais um desafio
A doença pelo vírus Chikungunya, presente em nosso meio, representa mais um desafio para as autoridades sanitárias.
Ela foi assinalada pela primeira vez em 1950 no Platô Makondo, fronteira da Tanzânia e Moçambique, na África. Há dois anos aportou nas ilhas do Caribe, de onde possivelmente chegou ao Brasil.
Esse vírus é similar ao da dengue, é disseminado pelos mesmos mosquitos e ainda não tem vacina autorizada ou tratamento antiviral.
Em recente número da Revista Brasileira de Epidemiologia, Maria Rita Donalisio e André R. Ribas Freitas, da Unicamp, relatam que, apesar dos sintomas semelhantes, a Chikungunya chama a atenção pela inflamação e dor em várias articulações (poliartrite/artralgia). A melhora surge após dez dias, mas a poliartrite pode durar meses após o quadro febril.
Outras diferenças, segundo eles, estão na maior proporção dos casos sintomáticos (maior que 90%), menor tempo de incubação no doente (2 a 7 dias), maior período de viremia (2 dias antes e 10 dias depois da febre) e maior tempo de incubação no mosquito.
O desafio, concluem os autores do estudo, é a ocorrência de epidemias simultâneas, o que dificulta o manejo clínico em razão de peculiaridades da dengue e da febre do Chikungunya.
Daí a necessidade de inclusão da doença em diagnósticos clínicos diferenciais com outras, o que implica em intensa divulgação entre as equipes de saúde de todo o Brasil.
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