Médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico.
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A mentira piedosa no diagnóstico do câncer
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Com os avanços nos tratamentos, ficou mais fácil falar sobre a doença com os pacientes |
O diagnóstico de câncer era considerado sentença de morte há cerca de 50 anos. A família era informada e ao paciente ficava reservada a mentira piedosa sobre a morte próxima.
Alguns pacientes intuíam a situação e a aceitavam silenciosamente para evitar dissabor aos familiares. Evitavam denominar o câncer e o chamavam de "aquela doença", da mesma forma que era feito com tuberculose e sífilis.
Os conhecimentos iniciados há 30 anos e os significativos avanços da última década na área da oncologia tornaram a doença mais fácil de ser abordada por médicos, familiares e pacientes.
A percepção dos pacientes oncológicos sobre a terminalidade da vida é analisada por Lauren Tana Comin e colaboradores da Universidade do Oeste de Santa Catarina na "Revista Bioética", do Conselho Federal de Medicina.
Os autores relatam que metástases foram referidas por 35% dos pacientes e que sua presença suscitou reflexão mais ampla sobre a terminalidade. A maioria (51%) nunca havia pensado que estava em uma fase incurável.
Após explicações sobre manobras de reanimação e seus resultados, cerca de 73% dos pacientes oncológicos analisados não concordaram em ser mantidos vivos apenas por aparelhos no caso de estarem em fase terminal.
Dos cem participantes do estudo (68% com ensino fundamental; 23%, ensino médio; 6%, ensino superior; 3% analfabetos), só 11% referiram inadequação na comunicação.
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