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Kennedy Alencar

 

07/12/2007 - 00h02

Risco de derrota

Em reunião na noite desta quarta-feira (05/12) com a cúpula do PMDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que não tinha votos para aprovar a emenda constitucional em tramitação no Senado que prorroga a CPMF até 2011. Por isso, o governo desistiu de tentar votar a emenda do imposto do cheque no dia seguinte, como chegou a cogitar.

Tal admissão de fraqueza levou a oposição a dizer que já dispunha de 35 votos contra a CPMF --número suficiente para impedir a aprovação da emenda constitucional.

O governo precisará reunir 49 votos entre 80, pois o presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC) não vota. Até a próxima terça-feira (11/12), Lula se empenhará para conquistar de cinco a seis votos entre senadores governistas rebeldes e oposicionistas loucos para contrariar DEM e PSDB. Se tiver sucesso, o governo chegará ao dia da votação com uma dianteira estreita.

Há um conjunto de fatores que contribuiu para o governo estar em mais uma enrascada política: a longa crise de Renan Calheiros, a dificuldade em estabelecer uma negociação com um PSDB dividido, uma base de sustentação parlamentar acostumada a chantagear o Executivo e a já conhecida impaciência de Lula para cuidar com carinho da articulação política.

Trocando em miúdos: Lula não fez a parte dele. Achou melhor deixar a crise de Renan se resolver por si mesma. Seu último articulador político, Walfrido dos Mares Guia, foi um fiasco. Prometia mundos e fundos. Não sabia dizer não. E carecia de poder para honrar acordos. Evidência da inépcia de Walfrido é o espanto do Palácio do Planalto com o "profissionalismo" de José Múcio, novo ministro das Relações Institucionais. Mas, para infelicidade de Lula, Múcio por ter chegado tarde demais.

O "dado concreto", como gosta de dizer o presidente, é que o governo terá de partir para uma negociação altamente fisiológica (promessa e entrega de cargos e verbas), mas de resultado duvidoso. Se acontecer, a extinção da CPMF não será o fim do mundo. Mas terá um impacto profundo no plano de investimentos públicos com o qual Lula espera abrilhantar seu segundo mandato.

Kennedy Alencar

Kennedy Alencar escreve no site às sextas. Na rádio CBN, é titular da coluna "A Política Como Ela É", que vai ao ar no "Jornal da CBN" às 8h55 de segunda a sexta. Na RedeTV!, apresenta os programas "É Notícia" e "Tema Quente".

 

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