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Kennedy Alencar

 

15/04/2011 - 13h12

Mercado aposta contra governo

Chegou ao Palácio do Planalto o seguinte alerta: o mercado financeiro está apostando contra as políticas monetária e cambial do ministro Guido Mantega (Fazenda) e do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

Traduzindo: o mercado acredita que ganhará mais dinheiro se puser suas fichas numa alta da inflação e numa desvalorização do dólar maiores do que vem dizendo o governo.

Isso é ruim para a economia real. E perigoso politicamente para a presidente Dilma Rousseff.

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Mudar ou não mudar

Como revelou o repórter Valdo Cruz na quinta (14/04), o governo já admite que a inflação vai ultrapassar o teto da meta oficial antes do que imaginava. Essa mudança de cenário é um complicador para a política monetária menos ortodoxa que Dilma cobra do seu Banco Central.

Alexandre Tombini, funcionário de carreira alçado por Dilma ao comando do BC, disse à sua chefe que a inflação estouraria o teto em agosto, mas que seria possível, com o aperto monetário em curso, um recuo da alta de preços até o final do ano. Ou seja, 2011 terminaria com inflação menor do que o teto da meta.

No sistema de metas de inflação, o Brasil persegue uma taxa de 4,5% ao ano, sempre de acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampla). Para acomodar choques, há uma margem de tolerância de dois pontos percentuais para mais e para menos. Ou seja, o centro da meta é de 4,5%. O teto, 6,5%. O piso, 2,5%.

A previsão de Tombini se mostrou errada. O teto deverá ser ultrapassado neste ou no próximo mês --sempre levando em conta a inflação acumulada nos últimos 12 meses.

Nos bastidores do governo, circula a versão de que Tombini teme propor a Dilma uma mudança de estratégia.

A presidente traçou um plano de combate à inflação mais suave do que o implementado pelo BC do governo Lula. A intenção de Dilma e Tombini era trazer a inflação para o centro da meta até o final de 2012. Ao fazer o serviço em 24 meses, sacrificaria menos o crescimento da economia.

Como o cenário mudou para pior, seria coerente uma correção de rumos. Essa é uma decisão que Dilma terá de tomar ou não em breve. A reunião em que o BC define a taxa de juros acontecerá nas próximas terça e quarta, 19 e 20 de abril.

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O plano B de Serra para 2014

Se obtiver tempo relevante na propaganda política em rádio e TV, o PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, poderá viabilizar um plano B para a eventual candidatura do tucano José Serra à Presidência em 2014.

Serra não esconde que deseja disputar o Palácio do Planalto pela terceira vez. Aliados dele argumentam que Luiz Inácio Lula da Silva perdeu três eleições presidenciais. O plano A de Serra é obter a candidatura tucana, mas é um projeto com dificuldades.

Parte do PSDB vê o senador Aécio Neves (MG) como o candidato natural do partido. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pensa assim. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, também está no jogo.

Se o caminho ficar difícil para Serra, como tudo indica hoje que ficará, a alternativa será disputar o Palácio do Planalto pelo PSD (Partido Social Democrático), legenda recém-criada por Kassab.

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Degola à vista

Deixou de ser um desejo. Alckmin deverá demitir em breve o vice-governador Afif Guilherme Domingos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia. A gota d'água foi a seguinte declaração de Afif, na quarta (13/04): "O DEM é satélite do PSDB. O PSD, não'.

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Lobby meritório

Há auxiliares diretos da presidente Dilma Rousseff defendendo que o governo vá além da nova campanha pelo desarmamento. Dilma teria simpatia pela proibição do comércio legal de armas, fonte de abastecimento da venda ilegal no país tão significativa quanto o contrabando internacional.

O Japão e o Reino Unido proíbem o porte e a posse de armas para civis. Não é coincidência que tenham baixo índice de violência armada.

Kennedy Alencar

Kennedy Alencar escreve no site às sextas. Na rádio CBN, é titular da coluna "A Política Como Ela É", que vai ao ar no "Jornal da CBN" às 8h55 de segunda a sexta. Na RedeTV!, apresenta os programas "É Notícia" e "Tema Quente".

 

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