Leandro Colon

Diretor da Sucursal de Brasília, foi correspondente em Londres. Vencedor de dois prêmios Esso.

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Leandro Colon

2018 terá recuo de Temer, habeas corpus de Gilmar e incógnita na eleição

Crédito: Walterson Rosa/FramePhoto/Folhapress O ministro Gilmar Mendes
O ministro Gilmar Mendes

BRASÍLIA - O governo Temer vai recuar de uma decisão polêmica, o ministro Gilmar Mendes soltará mais um preso da Lava Jato e a pauta do Congresso se esvaziará durante o ano por causa das eleições.

Certas coisas não são aposta de risco em 2018. No caso do presidente Michel Temer, basta manter o ritmo de marcha à ré de 2017, conforme mostrou a Folha no sábado (30).

O festival de recuos terminou com a nova portaria do trabalho escravo, necessária, mas eleitoreira, por parte de Ronaldo Nogueira, candidato à reeleição de deputado, em último ato à frente do Ministério do Trabalho.

Gilmar Mendes não tem mistério. O ministro parece nem aí para o desgaste de sua imagem. Dos patrocínios pouco transparentes para sua faculdade de direito à enxurrada de habeas corpus a suspeitos de desviar dinheiro público, não há motivo para acreditar que Mendes terá outra postura em 2018. Até porque conta com o silêncio e a benevolência de quase todos colegas do próprio Supremo.

Não há milagre que faça o Congresso trabalhar direito em ano eleitoral. Deputados e dois terços dos senadores estarão mais preocupados em garantir sucesso nas urnas de seu curral e cheios de preguiça para votar temas de interesse nacional.

Razão pela qual o governo sabe que, se a reforma da Previdência não for votada até março, ficará para 2019. E aí entra outra aposta quase certa para o ano que chega: a de que a mudança na aposentadoria tem chances pequenas de passar agora.

E qual a maior imprevisibilidade para 2018? A eleição presidencial. Quem, daqui a 12 meses, vai tomar posse no Palácio do Planalto e discursar para a Praça dos Três Poderes com a faixa verde e amarela no peito?

Nem o mais charlatão dos videntes é capaz de palpitar. O ano começa sem favoritos. Lula, o primeiro colocado nas pesquisas, pode não concorrer. O segundo, Jair Bolsonaro, indica não ter fôlego para chegar ao segundo turno. E os demais cotados ainda não decolaram para valer.

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