É jornalista de cultura pop, editor do blog Popload, no UOL, colaborador da "Ilustrada", mas acha que no fim gosta mais de futebol do que de música.
Quero ver na Copa
Vamos relevar que na semana passada saiu o gol mais bonito do ano, que o campeão mundial perdeu para um time mato-grossense da terceira divisão e que até o Palmeiras sentiu de novo o gosto de ganhar de um time da Série A.
Amanhã e quinta tem a rodada de volta da Copa do Brasil, a decisiva destas oitavas de final, a que deve colocar de vez o torneio como o mais interessante a ser disputado por um clube brasileiro. Ao menos o mais gostoso para jogar, imagino, e para assistir, aqui certamente. Exagero?
O torneio, cujo principal atrativo sempre foi, no máximo, o de ser "o caminho mais curto para a Libertadores", ou "a copa democrática", por juntar mais de 80 clubes de várias divisões, recebeu novo formato. Foi esticado em seus mata-matas até o final do ano. Não é mais tão curto.
Teve até sorteio de jogos com transmissão de TV no melhor estilo "Champions League", veja você.
Antes esvaziado dos mais bem ranqueados times nacionais, os que disputavam a cobiçada Libertadores, agora não só abriga a tropa toda como junta nesta edição os últimos quatro campeões do torneio continental (Internacional, Santos, Corinthians e Atlético-MG). De quebra, tem os dois times que se alternam na liderança do Brasileirão corrente: Botafogo e Cruzeiro.
Devolve ao Palmeiras o gostinho de elite e reafirma a zica são-paulina. O Tricolor, porque ganhou a Copa Sul-Americana, espécie de segunda divisão latina, não pode disputar a Copa do Brasil. Vantagem?
A Libertadores em si, graças às politicagens de inchaço da Conmebol e situações econômicas dos países envolvidos, anda meio caída. Estádios ruins e vazios, a queda brusca nos últimos anos de times tradicionais que antes eram muito temidos, como Boca, River, os uruguaios, o Cerro. Sem contar que alguns dos principais jogadores sul-americanos jogam no Brasil.
E, além disso tudo, a Copa do Brasil, neste novo modelo, vai exercer influência direta na briga do Brasileirão, lá na frente. Dependendo do andar do Nacional, servirá para reativar o debate "mata-mata ou pontos corridos?". Vai que o Brasileirão esteja centralizado em duas ou três equipes tipo a reta final do ano passado com Flu e Atlético-MG...
E assim chegamos à rodada de amanhã e quinta, onde veremos o atual campeão da Libertadores apostando na mística de novo contra o time que ficou sozinho na categoria "azarado". O campeão mundial tentando espantar a zebra da Terceirona no Pacaembu.
Cruzeiro x Flamengo e a promessa de golaços. Walter "Gordinho" vs. O Campeão Brasileiro. Pato, Ronaldinho Gaúcho, Seedorf, Forlán, Júlio Baptista, Juninho Pernambucano, Valdivia e Zé Roberto matando ou morrendo, se estiverem todos em campo. É ou não é um torneio bonito essa Copa do Brasil?
Livraria da Folha
- Coleção "Cinema Policial" reúne quatro filmes de grandes diretores
- Sociólogo discute transformações do século 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade