É senadora e ex-prefeita de São Paulo. Foi ministra dos governos Luiz Inácio Lula da Silva (Turismo) e Dilma Rousseff (Cultura).
Viva a gastronomia
Lasanhas, burritos, suflês, churrasco, sushis, carne de sol... não há o que não seja oferecido em São Paulo, capital mundial da gastronomia.
Fruto, primeiro do encontro da culinária portuguesa com produtos do Brasil e indígenas, depois resultado da migração de povos de todos os continentes. Cada restaurante ostenta sua luta e história para vencer na selva da competição paulistana. Temos mercados municipais que, de tão bonitos, viraram programa. Das marcas que deixamos nos 450 anos da cidade, foi emblemática a reforma do Mercado Municipal da região central. E o Ceasa, que espera reforma ou mudança. A conferir. E, se você quer conhecer um país, tem de provar as comidas típicas. São Paulo abraça a diversidade brasileira.
Gastronomia pode e deve ser vista não só como prazer na apreciação da boa comida, mas como janela de oportunidade. Apoiar a gastronomia é investir em um ramo que oferece possibilidade de mobilidade ímpar: o jovem começa lavando pratos, passa a garçom, depois gerente e muitos abrem seus negócios.
São incontáveis as histórias de sucesso que presenciei como ministra do Turismo ao percorrer o país e muito especialmente na minha cidade, que é a principal porta de acesso ao Brasil e um destino doméstico movimentadíssimo para negócios, lazer, eventos internacionais, turismo religioso etc. -o que dá musculatura ao setor
Hoje, são os jovens os mais prejudicados, por não terem formação e experiência (36% desempregados) no astronômico índice de desemprego de 11 milhões (Pnad-IBGE), de março.
O setor conta com expoentes, chefs renomados, empreendedores que estão sempre envolvidos em grandes eventos ou valorizando a culinária típica (como ministra da Cultura vivi a dimensão simbólica e cidadã da culinária, parte da nossa identidade).
Mas é preciso enfrentar a escassez de mão de obra qualificada, a falta de pesquisas especializadas e os altos impostos. Quem empreende tenta sobreviver e padece das dificuldades da burocracia e da falta de interlocução com o poder público. No Senado, sou relatora do projeto de revisão do Supersimples, pois aliviará a carga tributária para pequenos e médios -a maioria.
O aumento do parcelamento de dívidas deve ter forte repercussão para os que estão em dificuldades. Assim como para a geração de vagas; o primeiro emprego.
Essa realidade aponta para pensarmos nossa cidade de forma moderna e maior. Ao poder público cabe apoiar o empreendedorismo, ao contrário do que costuma fazer.
A gastronomia, ícone e referência de nossa cidade, requer um plano estratégico que possa sustentar e fazer valer a grandeza de São Paulo.
Viva a gastronomia!
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