Uma mala deixada por Jorge Amado no Uruguai, quando o escritor esteve exilado no país, hoje guardada na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), joga luz sobre a biografia do baiano.
Finalmente catalogado em detalhes, pela pesquisadora Thalita da Silva Coelho, o conjunto tem cartas trocadas entre Jorge e uma amante, Maria, com quem teve um caso entre 1941 e 1942, quando era casado com Matilde Garcia Rosa.
O escritor baiano cita o relacionamento de passagem em "Navegação de Cabotagem", seu livro de memórias -mas só dá o primeiro nome da mulher. Agora é possível estabelecer sua identidade.
"Um círculo muito pequeno conhecia essa história, inclusive a própria Zélia [Gattai, última mulher do autor]. O que não tínhamos eram as cartas trocadas entre eles. Pelo visto é o que as pesquisadoras encontraram na mala", diz Josélia Aguiar, que trabalha em uma biografia do autor para o Três Estrelas (selo editorial do Grupo Folha)
A existência da mala, deixada por Jorge com uma amiga militante, foi revelada há três anos, mas até agora não havia sido divulgado em detalhes tudo o que havia nela.
Ainda Jorge
Militante da Aliança Nacional Libertadora, Maria depois se casou com Thomás Pompeu de Accioly Borges, amigo do baiano e tradutor de "O Cavaleiro da Esperança" para o espanhol. Há até um envelope em que ela assina como Maria Amado.
Em outra carta, Accioly Borges comunica ao amigo que vai se casar com ela -e revela que se apaixonou pela mulher antes de ela e Jorge terminarem, mas que só engatou um namoro depois disso. "Me contentaria que ela gostasse de mim como gostou de você", escreveu ele.
Em outro documento, é possível ver que Jorge ficou desconfiado ao saber do casório.
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