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melchiades filho

 

31/12/2012 - 03h30

Um prefeito que desse jeito

BRASÍLIA - Ainda existe quem estranhe quando Eduardo Paes afirma que prefere completar o segundo mandato na Prefeitura do Rio a buscar uma eleição algo garantida ao governo do Estado.

Afinal, reza o senso comum que os políticos devem aproveitar o embalo para galgar a escada de cargos eletivos. Tudo menos ficar sem mandato entre um degrau e outro.
Como, além disso, o PMDB não dispõe hoje de nome mais forte que o do prefeito para dar continuidade à administração de Sérgio Cabral, virar governador em 2014 seria o caminho natural para Paes.

Ocorre que as coisas estão mudando --e, pelo jeito, não só no Rio.

Uma nova safra de prefeitos toma posse amanhã inclinada a cumprir os quatro anos de mandato --se possível, engatando outros quatro. Parece ter percebido que pular de uma cadeira para outra não é necessariamente a melhor estratégia.

A asfixia orçamentária dos Estados ajudou a amadurecer esse diagnóstico. E está bem fresco o antiexemplo de José Serra, que se espatifou nas urnas depois de deixar dois mandatos incompletos --um deles no nascedouro-- em São Paulo.

Mas esse viés defensivo não explica, sozinho, a guinada. Os prefeitos eleitos também notaram que têm pela frente uma grande oportunidade de fazer a diferença --se honrarem o compromisso de quatro anos assumido com o eleitorado.

Nada melhor para o currículo de Paes do que ficar marcado como o prefeito que comandou a reviravolta carioca e conduziu a cidade à grande festa da Olimpíada de 2016.

Guardadas as diferenças, é o mesmo desafio de Fernando Haddad (PT), Gustavo Fruet (PDT) e ACM Neto (DEM). Reduzir o deficit social e o caos de São Paulo, recolocar Curitiba na vanguarda urbanística, tornar Salvador um município à altura de sua riqueza cultural e histórica, um feito assim pavimentaria o futuro político de qualquer um.

melchiades filho

Melchiades Filho é diretor-executivo da Sucursal de Brasília. Formou-se em jornalismo e fez pós-graduação em pesquisa de mercado na USP. Na Folha desde 1987, já foi editor de "Esporte" e correspondente em Washington. Escreve às segundas na coluna Brasília, na Página A2 da versão impressa.

 

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