Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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Crédito a fornecedor mais que dobra no BB
Nos últimos dois meses, só no crédito para parcerias com empresas âncoras de cadeias produtivas, o volume liberado pelo Banco do Brasil saltou de pouco mais de R$ 200 milhões para R$ 470 milhões.
Foram feitas 72 parcerias com grandes companhias e seus fornecedores. Essa linha permite a empresas que vendem para grandes companhias receber praticamente à vista seus pagamentos -que normalmente seriam feitos em 30, 60 ou 90 dias.
O total de negócios nessa modalidade atingiu um desembolso de R$ 700 milhões.
Em meados de agosto passado, o presidente do banco, Alexandre Abreu, havia anunciado o aumento de recursos para direcionar uma parte do crédito de empresas líderes para as suas fornecedoras, a taxas de mercado, embora com juros menores por serem operações vinculadas ao fluxo de recebíveis das grandes empresas.
O Banco do Brasil estima antecipar para fornecedores estratégicos dessas companhias cerca de R$ 3,1 bilhões, ao longo da vigência dos convênios celebrados.
Cerca de 300 novas propostas de parcerias com empresas líderes em seus segmentos estão em análise no BB atualmente, segundo o vice-presidente de controles internos e gestão de risco, Walter Malieni.
"Trabalhamos com um feixe de fornecedores de pequeno e grande portes. O banco tem balanços dos grupos clientes e possui uma visão clara da conta de fornecedores deles e do prazo médio de pagamento, o que dá segurança a essa linha, de adiantamento financeiro", diz.
"Eu antecipo a um fornecedor o valor que um cliente âncora, que recebeu esse bem, pagaria [a prazo]. É um título confiável, pois o fornecedor vai se beneficiar do crédito com risco melhor que a grande companhia, em geral, tem", acrescenta o executivo.
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Presente de Natal
Indústrias de variados setores e varejistas, de supermercadistas a redes de lojas de roupas femininas, fecharam parcerias com o Banco do Brasil.
"Essa operação, que entrou justamente agora, veio bem a calhar pela proximidade do final de ano, [quando as empresas precisam preparar seus estoques para o Natal]", diz Vitor Fabiano, vice-presidente de finanças, da Centauro, rede de lojas de artigos esportivos.
"Mas vamos continuar [a usá-la]. É uma linha interessante porque o fornecedor nacional recebe pela venda à vista, em vez do tempo normal, de 30, 60 dias, e nós pagamos ao banco, com prazo mais longo, por uma taxa normal de mercado."
O limite de crédito dado é o que a Centauro tem -"não amplia esse limite e depende do perfil da vendedora".
"Foi simples de fazer e, no dia seguinte, o fornecedor já estava recebendo. É possível até que aumente o volume de outras compras", afirma.
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Privados também aderem
Nos últimos dois meses, só no crédito para parcerias com empresas âncoras de cadeias produtivas, o volume liberado pelo Banco do Brasil saltou de pouco mais de R$ 200 milhões para R$ 470 milhões.
Foram feitas 72 parcerias com grandes companhias e seus fornecedores. Essa linha permite a empresas que vendem para grandes companhias receber praticamente à vista seus pagamentos -que normalmente seriam feitos em 30, 60 ou 90 dias.
O total de negócios nessa modalidade atingiu um desembolso de R$ 700 milhões.
Em meados de agosto passado, o presidente do banco, Alexandre Abreu, havia anunciado o aumento de recursos para direcionar uma parte do crédito de empresas líderes para as suas fornecedoras, a taxas de mercado, embora com juros menores por serem operações vinculadas ao fluxo de recebíveis das grandes empresas.
O Banco do Brasil estima antecipar para fornecedores estratégicos dessas companhias cerca de R$ 3,1 bilhões, ao longo da vigência dos convênios celebrados.
Cerca de 300 novas propostas de parcerias com empresas líderes em seus segmentos estão em análise no BB atualmente, segundo o vice-presidente de controles internos e gestão de risco, Walter Malieni.
"Trabalhamos com um feixe de fornecedores de pequeno e grande portes. O banco tem balanços dos grupos clientes e possui uma visão clara da conta de fornecedores deles e do prazo médio de pagamento, o que dá segurança a essa linha, de adiantamento financeiro", diz.
"Eu antecipo a um fornecedor o valor que um cliente âncora, que recebeu esse bem, pagaria [a prazo]. É um título confiável, pois o fornecedor vai se beneficiar do crédito com risco melhor que a grande companhia, em geral, tem", acrescenta o executivo.
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Turismo em casa
O Grupo Cataratas, que tem a concessão da administração dos parques nacionais do Iguaçu, da Tijuca e de Fernando de Noronha, investirá R$ 95 milhões nas cidades do Rio e de Foz do Iguaçu (PR).
A empresa terá um centro de visitantes no Parque da Tijuca, que servirá os turistas a caminho do Cristo Redentor. O local funcionará no prédio de um antigo hotel e irá custar R$ 65 milhões.
No Paraná, o projeto é um parque na tríplice fronteira que deve sair por R$ 30 milhões.
A desvalorização do câmbio ajuda os negócios, diz Bruno Marques, o diretor-executivo. Com o dólar em alta, as atrações ficam mais baratas para os estrangeiros.
A empresa considera que é um bom momento de demanda interna porque "os brasileiros das classes C, D e E aprenderam a viajar".
A expectativa é que a crise só interfira caso se prolongue. "As pessoas trocaram a ida ao exterior e fazem turismo interno. Mas, se não melhorar, vão deixar de viajar."
O grupo se capitalizou com a entrada do fundo de investimentos Advent em agosto de 2014.
3,02 milhões visitaram os parques nacionais gerenciados pelo Cataratas em 2014
400 são os funcionários
Ricardo Borges/Folhapress | ||
Bruno Marques, diretor do grupo Cataratas, em escritório na praia de Botafogo, no Rio de Janeiro |
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Parque comunitário
A administração privada de parques públicos pode ser ampliada no país se for feita com contratos com duração limitada e se envolver a comunidade do local onde eles estão instalados.
Essa é a avaliação do presidente do grupo de turismo colombiano Aviatur, Jean-Claude Bessudo. A companhia, além de operar com agências de viagem, administra o parque Tayrona.
"A opinião pública vê a gestão privada como uma entrega do território nacional. É preciso integrar a população para que isso não ocorra e para que ela se dê conta dos benefícios do turismo", diz.
"Perguntar à comunidade o que ela quer é essencial. Os contratos, porém, devem durar um tempo que justifique o investimento das empresas", acrescenta.
A empresa assumiu, em 2005, cinco parques colombianos que recebiam 174 mil visitantes por ano. Hoje, comanda apenas o Tayrona, que passou a atrair 352 mil pessoas por ano.
Bessudo participará na próxima quinta-feira (29) de um evento sobre parques organizado pelo Instituto Semeia em São Paulo.
Divulgação | ||
Jean-Claude Bessudo, presidente do grupo de turismo colombiano Aviatur |
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Oficina mecânica... A Itaro, e-commerce de acessórios e serviços para carros, recebeu um aporte de cerca de R$ 10 milhões.
...e digital A maior parte do montante foi injetada pelo fundo local Astella. Os alemães Rigi Ventures e JPJ também investiram.
Rédea... Os consumidores de varejistas parceiros da Netpoints, empresa de fidelidade do varejo, diminuíram seus gastos mensais.
...curta O recuo foi de 3,6% no primeiro semestre do ano na comparação com o mesmo período de 2014.
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Hora do café
com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO GOLDBERG RABIN
Livraria da Folha
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