Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
Escreve diariamente,
exceto aos sábados.
Vendas no varejo de São Paulo devem cair 7,4%
As lojas do Estado de São Paulo devem ficar ainda mais vazias neste ano. A previsão é de que as vendas no varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, enfrentem queda de 7,4% no primeiro semestre, frente ao mesmo período de 2015.
Para o varejo restrito, a projeção é pouco melhor, de um recuo de 5,5% no acumulado de 12 meses até junho, segundo dados da Associação Comercial de São Paulo.
O setor já enfrentava uma desaceleração desde 2011, explica Alencar Burti, presidente da entidade. Em 2015, as vendas caíram 5,9%.
"Ainda não chegamos no fundo do poço nesta crise. Por isso a projeção é de um resultado ainda pior que o do ano passado", afirma Burti.
Entre os fatores que afetam o movimento nas lojas, estão a queda na renda e a alta da inflação e do desemprego.
Os setores mais afetados no ano passado foram as concessionárias (-17,3%) e as lojas de eletrodomésticos e eletroeletrônicos (-13,4%).
"São itens dos quais o consumidor pode abrir mão, e nichos diretamente afetados pela redução no crédito", diz Ulisses Ruiz Degamboa, economista da associação.
Na outra ponta, estão ramos considerados essenciais: as farmácias (3,1%) e os supermercados (0,6%).
A situação, contudo, deve melhorar no segundo semestre. "A expectativa é que haja uma desaceleração na inflação que devolva poder de compra ao paulista, e o varejo tenha um ano melhor que o de 2015", afirma Degamboa.
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Estratégia de guerra
A rede de eletrodomésticos e eletrônicos Polishop diminui o número de novas lojas abertas de 20, em 2015, para 8 neste ano.
A redução é a reação da marca à queda de 8% nas vendas em lojas físicas.
"Este será um ano em que, se não tivermos retração nos resultados, já estamos satisfeitos", diz João Appolinário, presidente da Polishop.
O crescimento da rede no ano passado foi de 3%, assegurado pelo melhor desempenho das vendas on-line e de porta em porta.
"Em 2016, vamos realocar os investimentos das lojas para esses canais mais rentáveis", diz Appolinário.
Para tentar atrair o consumidor de volta aos shoppings, onde ficam as maiores lojas da rede, a Polishop deve aumentar o número de produtos lançados.
"Quanto ao preço, não temos como segurar por muito tempo. Quando o estoque acabar, haverá aumento."
Karime Xavier/Folhapress | ||
João Appolinário, presidente da empresa de varejo |
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Made in Brazil
Com a alta do dólar, a indústria nacional de brinquedos fechou 2015 com 55% de participação no mercado, com dez pontos percentuais a mais que no ano anterior.
"Só dos chineses, que são nossos maiores concorrentes em solo nacional, tiramos 5%", afirma o presidente da Abrinq (associação do setor), Synésio Batista da Costa.
A meta da entidade é chegar a 70% de participação nos negócios do país até 2021.
O faturamento do setor no ano passado é calculado em R$ 9,5 bilhões, o que representa uma alta de 15,6%. Este ano, a expectativa é de crescimento de 15%.
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Tabuleiro digital
A fabricante de brinquedos Estrela deve lançar até maio deste ano os aplicativos de seus jogos de tabuleiro "Banco Imobiliário" e "Jogo da Vida".
"Em 2015, estreamos a versão digital de 'Detetive' e foi o produto mais vendido do Natal. Vamos ampliar essa linha e desenvolver jogos para adultos, como quebra-cabeças", diz o presidente da empresa, Carlos Tilkian.
Em 2016, serão investidos R$ 15 milhões na renovação de pelo menos 30% da coleção da fabricante.
Com a alta do dólar, a participação dos produtos importados pela empresa deve cair de 35% para 15%.
"A maioria dos nossos concorrentes vende produtos importados. Ao aumentar nossa produção nacional, conseguimos fazer preços mais competitivos."
A Estrela deve ampliar a oferta de brinquedos abaixo de R$ 50, para tentar driblar a perda de poder aquisitivo da população.
Karime Xavier/Folhapress | ||
Carlos Tilkian, presidente da empresa de brinquedos |
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Contrato... A britânica CGSC anuncia hoje a venda por US$ 500 milhões da operação nos EUA da Swett&Crawford à BB&T Insurances Services.
...assinado No Brasil, o serviço, que faz a interface entre seguradoras e seus corretores, segue normal. Em 2015 e 2016, a empresa investiu
US$ 50 milhões no país.
Hora do Café
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|/3.(articleGraphicSpace). |(articleGraphicCredit). Editoria de Arte/Folhapress|/3.(articleGraphicSpace). |
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|(articleGraphicCaption). Hora do Café|
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com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS, TAÍS HIRATA e MÁRCIA SOMAN
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