Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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Número de antenas de telefonia está abaixo do recomendado em 22 capitais
Em 22 das 27 capitais do país, o número de usuários por antena de telecomunicações está abaixo da média recomendada pelo setor, aponta a primeira pesquisa da Abrintel, que reúne as detentoras de torres de transmissão.
Nos Estados, a situação é pior: em nenhum deles o nível é abaixo de 1.500 pessoas por estação -nível médio para garantir a qualidade do serviço, para entidades do setor.
A quantidade de antenas não tem uma relação direta com a qualidade do serviço, mas é um indicador da situação, afirma o presidente da entidade, Lourenço Coelho.
Na Índia e no Reino Unido, o índice de celulares por antena é de 1.508 e 1.714, respectivamente, e nos Estados Unidos, é de 546, aponta Eduardo Santini, diretor da KPMG.
A crise econômica fez com que as empresas reduzissem seus investimentos, diz ele, mas a principal barreira são os problemas regulatórios.
"São 280 diferentes legislações municipais que regem a instalação", diz Coelho.
"Há uma grande burocratização para entrar com os pedidos, e as curtas distâncias permitidas dos centros urbanos muitas vezes inviabilizam o processo", avalia Santini.
Em São Paulo, um pedido costuma demorar cerca de dois anos, diz Coelho.
A lei federal que, em 2015, estabeleceu o prazo de resposta às empresas de 60 dias não resolve a questão, porque a ocupação do solo é de responsabilidade municipal.
A partir dela, porém, cidades, como o Rio e Fortaleza têm buscado se adequar. "Em três anos, a situação tende a melhorar", diz Santini.
A crise econômica e os entraves regulatórios levaram a QMC Telecom a reduzir os planos de investimento no Brasil. Há um ano, a ideia era aplicar no país ao menos 70% de um aporte de US$ 172 milhões (R$ 566,6 milhões) no continente.
"Não há um valor definido, mas seguramente será menor. Grande parte dos recursos serão destinados a Colômbia e México", afirma André Machado, presidente da empresa no Brasil.
Fundada em Porto Rico, a QMC está no país desde 2012.
O nível de investimentos do setor como um todo teve uma forte queda neste ano, diz. "De 2015 para cá não houve grandes aquisições de torres das operadoras, o mercado está travado."
1.000 torres
detém a QMC no Brasil
100
são os funcionários no Brasil
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Rio, 40 graus
O valor do metro quadrado de imóveis residenciais à venda no Leblon, zona sul do Rio, era de R$ 22,3 mil em julho, o mais alto registrado na cidade, segundo o Secovi-Rio (entidade do setor).
O preço médio de metragem equivale ao de quatro bairros da zona norte somados, e considera negócios fechados no início de cada mês.
Apesar do valor elevado, houve queda de 4,4% em relação a julho de 2015, quando os imóveis no Leblon foram negociados a R$ 23,6 mil/m².
Em seguida, aparecem Ipanema (R$ 20,2 mil/m²) e a Lagoa (R$ 18 mil/m²) -ambos na zona sul carioca, onde estão os nove endereços mais caros para compra.
Na comparação com o ano passado, a maior queda foi na Tijuca. Adquirir uma unidade naquela parte da zona norte saiu por R$ 7,3 mil/m², 4,2% mais barato.
A região com menor preço entre os 18 bairros analisados pela pesquisa é Bangu (oeste). Lá, o metro quadrado custava, em média, R$ 3,5 mil.
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Navalha na carne
A porcentagem de empresas que pretendem expandir o quadro de funcionários neste ano é de 9%, segundo pesquisa da consultoria Mercer com 57 grandes empresas.
A necessidade das companhias é cortar custos, e a área de recursos humanos "aparece em primeiro lugar em relação à redução de orçamentos", aponta o relatório.
A maioria das companhias (87%) vai reestruturar, alta de seis pontos percentuais em relação ao ano passado.
Os respondentes que vão aumentar o orçamento com pessoal são 4%. Metade manterá o mesmo dinheiro para mão de obra, e 46%, reduzir.
O setor operacional vai sofrer mais: 45% das empresas têm plano para diminuí-lo.
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A que horas eles voltam?
O mercado global de relógios inteligentes sofreu uma contração no segundo trimestre deste ano, e as vendas mundiais tiveram um declínio de 32%. Os números são da IDC, consultoria especializada em tecnologia.
De abril a junho de 2016, as vendas fecharam em 3,5 milhões de unidades, contra 5,3 milhões no mesmo trimestre do ano anterior.
De um ano para o outro, as vendas dos aparelhos fabricados pela Apple tiveram queda de 55%. Como detém a maior fatia de vendas do segmento, a companhia impacta mais os resultados.
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Hora do café
com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA
Livraria da Folha
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