Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
Escreve diariamente,
exceto aos sábados.
Mudança de imposto sobre ganhos de capital fomenta corrida de fusões
Com a mudança na alíquota do imposto sobre ganhos de capital que deverá passar a vigorar em 2017, há uma corrida para fechar operações de compra de empresas.
Hoje, o lucro da venda de uma empresa é tributado de maneira uniforme em 15%. A partir de 2017, haverá faixas diferentes, que chegarão ao máximo de 22,5%.
"Todos os negócios que começaram em setembro vieram com orientação de assinar o contrato até 31 de dezembro", diz Carlos Eduardo Orsolon, sócio do Demarest.
O acúmulo de transações nos últimos meses deste ano ocorre também porque o começo de 2016 foi lento, devido às incertezas pré-impeachment, afirma Alexandre Bertoldi, do Pinheiro Neto.
"O ambiente melhorou, várias decisões foram tomadas, e agora há uma pressão para concluir o que for possível até o fim deste ano."
Algo semelhante se passou em 2015. Havia a possibilidade de as alíquotas serem alteradas já em 2016, mas a medida provisória não virou lei a tempo, e ficou para 2017.
Os ritos para fechar um contrato de aquisição demoram, lembra Joyl Alencar Filho, do Azevedo Sette.
"Se o comprador não conhece bem a empresa, precisa fazer a 'due diligence' [análise de números e riscos], e é improvável que demore menos de 30 dias."
As operações que serão impactadas pela alteração de alíquota são especialmente aquelas nas quais uma empresa familiar é vendida.
"Via de regra, fundos acionistas não pagam imposto ao desinvestir", diz Francisco Sanchez, vice-presidente da Abvcap (de private equity).
SALDO DE PESSOAS JURÍDICAS - Operações de fusões e aquisições no Brasil
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Põe na tela, doutor
O Hospital 9 de Julho e a Microsoft acabam de firmar um acordo para testar uma nova tecnologia para reduzir riscos de acidentes, como a queda de leito.
A ideia, em desenvolvimento pela empresa, é ter em até doze meses, um monitoramento de imagens em tempo real para prevenir "movimentos anormais" dos pacientes, diz o diretor-geral Alfonso Migliore Neto.
A tecnologia também deverá ser testada em áreas como segurança pública e corporativa, varejo, além de outras aplicações no setor de saúde, explica Luiz Pires, diretor do centro de pesquisas da Microsoft no Brasil.
"No futuro, poderá ser um novo método de apoio à decisão clínica", segundo Migliore, do 9 de Julho.
O hospital, que neste ano inaugurou uma nova torre e chegou a um total de 410 leitos, planeja investir cerca de R$ 100 milhões em 2017.
Serão feitas novas ampliações, no pronto socorro e na UTI, além da criação de outros 60 leitos. As obras deverão ser finalizadas até o fim do ano que vem.
R$ 850 milhões
deverá ser a receita do hospital neste ano, uma alta prevista de 30% em relação a 2015
R$ 350 milhões
foram investidos em ampliação nos últimos três anos
4.000
médicos trabalham no hospital, além de 2.390 funcionários
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Carros parados
Estacionar em bairros com alta densidade de prédios de escritórios em São Paulo e no Rio está mais barato, em termos reais, neste ano, segundo a consultoria Colliers.
Em São Paulo, o aumento da mensalidade foi de R$ 4, ou 1,2%. Na capital carioca, na média houve queda até mesmo em termos nominais.
A crise econômica (especialmente no setor de óleo e gás) e o fim das obras no centro da cidade contribuíram para a mudança de preços, afirma Ricardo Betancourt, presidente da empresa.
Outro fator enfraqueceu a demanda por estacionamento no Rio: as novas linhas de transporte público na cidade, como o VLT e a ligação do metrô com a Barra da Tijuca.
Mesmo com a diminuição mais acentuada, os preços do Rio são 53% mais caros.
A região da Faria Lima tem a mensalidade média mais alta de São Paulo: R$ 462. No Rio, o centro é a área mais cara: pagam-se R$ 644.
"No ano que vem, os valores no Rio vão cair mais. São Paulo é estável", diz Betancourt. Os preços só subirão em termos reais com uma retomada da economia, afirma.
O PREÇO DE UMA VAGA - Valor médio da mensalidade de estacionamento, em R$
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Lembrança de marca
O prêmio Folha Top of Mind anuncia na próxima terça-feira (25) as marcas que estão na cabeça e na ponta da língua dos brasileiros, segundo a pesquisa do Datafolha, realizada em 217 municípios de todo o país.
São 59 categorias no total, o maior número já pesquisado pelo instituto.
O resultado foi obtido após a realização de entrevistas com 7.247 pessoas.
Considerada a principal premiação de lembrança de marca do Brasil, a festa, exclusiva para convidados, terá a participação de líderes empresariais e de representantes do setor de propaganda e marketing.
A edição da revista Folha Top of Mind 2016, com o resultado completo da pesquisa, que comemora 26 anos, circula gratuitamente com a edição da Folha na quarta-feira (26).
A premiação será no Tom Brasil (zona sul de São Paulo).
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Só quero... O custo-benefício é maior em supermercados regionais, segundo pesquisa da CVA Solutions que ouviu mais de 7 mil consumidores.
...sossego Nas lojas, a principal reclamação está relacionada a filas (36,7%), falta de produtos (25,1%) e estacionamentos cheios (15,9%).
Para não... O aplicativo de rotas Waze firmou parceria com a Esri para ter acesso a dados de 30 mil governos sobre condições de vias urbanas.
...se perder No Brasil, a multinacional de inteligência geográfica é representada pela empresa Imagem, com clientes como Rio de Janeiro e Manaus.
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Hora do café
com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA, IGOR UTSUMI e ROBERTO DE OLIVEIRA
Livraria da Folha
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