O faturamento das redes de farmácia do país cresceu 8,8% no acumulado de janeiro a novembro de 2017, segundo a Abrafarma, associação que representa 26 companhias.
As vendas no período totalizaram R$ 40,39 bilhões, sendo que 68% são relativos a medicamentos.
O aumento de quase dois dígitos, porém, representa um recuo em relação aos últimos anos. Em 2016 a variação foi de 11%.
"O atual nível de desemprego representa menos planos médicos, e a queda de renda das famílias repercute, sobretudo, no segmento de higiene e beleza", afirma André Covre, diretor-superintendente da Extrafarma.
O índice de reajuste de medicamentos, abaixo da inflação neste ano, também afetou os resultados, afirma.
"Sentimos um arrefecimento das vendas no segundo semestre", diz Julio Mottin Neto, presidente do grupo Dimed, dono da marca Panvel.
"O recuo da comercialização se deu muito por causa da remarcação [de preços de medicamentos], muito baixa, combinada à inflação inercial de alguns custos de 2016."
Ambas as empresas preveem um cenário melhor para o setor em 2018. A Abrafarma estima que as receitas cresçam ao menos 10%.
A Extrafarma anunciou um aporte de R$ 232 milhões no ano que vem, destinado a novas lojas e infraestrutura logística. A Panvel planeja investir R$ 50 milhões em 46 inaugurações e em tecnologia.
Rio Quente na Bahia
O grupo Rio Quente assumiu nesta terça (2) a gestão da Costa do Sauípe e vai investir R$ 900 milhões nos próximos cinco anos, segundo o diretor-executivo, Francisco Costa Neto.
O valor já contempla os R$ 140,5 milhões da aquisição do conglomerado na Bahia.
A transação foi aprovada sem restrições pelo Cade porque o critério para decidir se há concentração de mercado nesses casos é o geográfico -como o Rio Quente não tinha unidades na região, o órgão não viu problema.
Os aportes serão destinado à expansão das duas bandeiras de hotéis, mas não só isso, diz Neto.
"Vamos reformar o ativo e gerar conteúdo para ele."
Os recursos a serem alocados no Sauípe vêm de dois fundos constitucionais, do Nordeste e do Centro-Oeste.
"São linhas longas para investimentos, e há uma boa oferta delas disponíveis."
Um dos objetivos da incorporação da Costa do Sauípe, que começou a ser construída pela Odebrecht, e tinha participação da Previ, é atender o mercado corporativo.
"Há uma retomada desse segmento, que representam 8% da nossa receita."
Abaixo da inflação
O custo básico da construção em São Paulo teve variação positiva pelo oitavo mês consecutivo em dezembro e subiu 2,62% no acumulado em 2017, segundo o Sinduscon-SP (sindicato do setor) e a Fundação Getúlio Vargas.
A alta foi de 0,27% no último mês do ano passado em relação a novembro.
O preço do metro quadrado, sem considerar a desoneração da folha de pagamento, ficou em R$ 1.329,24.
A variação anual de preços abaixo da inflação é reflexo da queda de atividade da construção e das obras de infraestrutura, de acordo com o sindicato.
Lei dificultaria contrabando de cigarro paraguaio
O contrabando de cigarros do Paraguai ao Brasil pode ficar mais difícil se a lei de rastreabilidade do tabaco, aprovada pelo Senado do país vizinho, passar pela Câmara e virar lei.
"Não há hoje controle sobre produção. A lei exigiria o nome do fabricante e um número de série único por embalagem, é um avanço", diz Luiz Claudio Garé, consultor do Grupo de Proteção à Marca.
"O cigarro contrabandeado detém 31% do mercado e vem principalmente do Paraguai. O texto é bom, mas é preciso também mais controle de fronteiras", diz Fernando Vieira, diretor de assuntos corporativos da Philip Morris.
O autor da proposta é o senador Enrique Bachetta, do partido governista. O presidente Horacio Cartes, dono de uma fábrica cujos produtos são contrabandeados com frequência, poderá vetar o texto.
com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS
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