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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Apesar das dificuldades que o governo Temer vem enfrentando para aprovar a reforma da Previdência, há ainda uma chance minoritária de que ela saia em 2018, diz o economista Luiz Fernando Figueiredo, sócio da gestora de recursos Mauá Capital.

"Há uma chance de 30% de que passe em fevereiro", afirma acreditar o ex-diretor de política monetária do Banco Central (1999-2003). Não se trata de torcida, frisa.

"Há uma dificuldade enorme dessa reforma passar, em um governo de final de mandato, e ainda com dificuldades com Lava Jato, a chance seria de só 10%, mas esse governo mostrou que tem capacidade de conseguir apoio e o que foi aprovado é incrível", diz.

"Apesar de a chance ser pequena, em se tratando desse governo, tão comprometido com essa reforma, não acho impossível que avance. Pessoas começam a ver a proposta como redução de privilégios na Previdência."

Na visão do economista, a campanha eleitoral trará o tema à baila.

"Precisamos da reforma e ponto. O ideal é que ela já tivesse sido aprovada, mas antes do início do novo governo, ela terá de se viabilizar, ou vamos quebrar."

Por essa razão, para Figueiredo, governo algum, mesmo que o ex-presidente Lula se reeleja, poderá prescindir da aprovação de um novo modelo para a Previdência.

"A menos que ele queira se jogar do precipício, no que não acredito." Não há possibilidade, enfatiza, de derrubar o teto de gastos públicos estabelecido na gestão Temer.

"Se chegarmos a esse ponto, estaremos em uma situação muito difícil. O Congresso que acabou de aprovar o teto, vai dizer que agora não tem mais teto?"

Figueiredo espera um ano melhor que 2017, com desemprego em 9,5% no final deste ano -hoje em 12%- e aumento de 3% do PIB, dada a recuperação das empresas, depois da mais longa recessão da história do país.

"O faturamento começa a se restabelecer -não é um espetáculo, mas já ocorre."

O custo financeiro, que se reduziu, com a queda da taxa de juros, dobrou o resultado de muitas companhias. "Como cortaram muito as despesas, estão superajustadas, em um ambiente mais positivo."

Para o economista, que é também diretor da Anbima (de entidades de mercado), a chance de aumento de impostos neste ano de 2018 é zero.

"Mas, em um novo governo será difícil escapar. Não só pela reforma, mas pela necessidade de contingenciamento de gastos."

Executivos têm mais chance de vencer eleições nos EUA

Políticos que ocuparam cargos executivos têm 44,1% mais chances de serem eleitos para cargos federais nos Estados Unidos do que os que não vêm do mercado, aponta um estudo americano.

A pesquisa analisou dados de candidaturas a cargos de senador, deputado, presidente e vice-presidente no país entre 1980 e 2014.

No período, 65 candidatos que haviam sido CEOs, presidentes ou fundadores de companhias de capital aberto disputaram 152 campanhas. Venceram 90 delas.

Com as vitórias desses políticos, suas empresas de origem se valorizaram em média US$ 320 milhões (R$ 1,03 bilhão) em até três dias após os resultados.

A reação do mercado denota a expectativa de que os eleitos proponham leis mais favoráveis a seus setores de atuação, diz Viktar Fedaseyeu, da Universidade Bocconi, um dos autores do levantamento.

Suas campanhas recebem quase o mesmo volume de recursos que as dos demais candidatos (5,2% a mais), mas a verba, em geral, vem de grupos ligados a empresas.

Apesar de proibir o financiamento empresarial direto, a lei americana permite a doação por meio de comitês de ação política.

Essas organizações reúnem contribuições de pessoas físicas, muitas vezes funcionários de corporações.

Lançamento de novos produtos industriais cai 15,1% em 2017

O número de novos produtos industriais caiu 15,1% no ano passado, na comparação com 2016, aponta a GS1.

A empresa é a responsável por gerenciar códigos de barras no Brasil, e consegue rastrear a quantidade de bens que entram no mercado.

"Houve uma queda no acumulado do ano, mas os dois últimos meses apontam para uma retomada, que deve seguir em 2018", afirma Marina Pereira, diretora da empresa.

O setor com a maior alta de pedidos para lançamentos foi o de bebidas, segundo ela.

Há uma tendência de embalagens menores, como latas de refrigerantes pequenas, diz Alexandre Jobim, presidente da Abir (associação do segmento).

Também há uma busca por diversificação de produtos que tenham menos açúcar ou de nicho, como energéticos.

"São oportunidades de negócios que têm evoluído nos últimos quatro anos, mas se intensificaram no último."

Otimismo... Cerca de 40% dos micro, pequenos e médios empresários brasileiros ouvidos pela multinacional britânica de tecnologia Sage planejam fazer novos aportes no próprio negócio no primeiro semestre deste ano.

...entre os menores O principal alvo dos investimentos deverá ser a área de marketing (38,5%), seguida por modernização da operação (37%) e novas linhas de produto. Foram entrevistadas cerca de 400 empresas.

com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS

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