Mercado Aberto

Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Mercado Aberto

Migração para mercado livre de energia caiu 45% em 2017

Crédito: Danilo Verpa - 11.nov.2009/Folhapress Torres de transmissão de energia elétrica em Itaberá (SP)
Torres de transmissão de energia elétrica em Itaberá (SP)

A adesão de consumidores de energia ao mercado livre, em que grandes clientes escolhem de quem comprar, caiu 45% em 2017, aponta a CCEE (câmara de comercialização).

O valor de referência para contratos, que flutua de acordo com o nível dos reservatórios, subiu, diz Rui Altieri, presidente do conselho da CCEE.

"Ficou claro, a partir de maio, que os preços seriam altos, o que reduz a atratividade da migração. Além disso, a tarifa das distribuidoras está bem comportada."

A oferta de energia renovável está menor, afirma Ricardo Daelli, diretor da comercializadora Electra. Parte dos consumidores livres só pode comprar de solar, biomassa ou pequenas hidrelétricas.

"Estamos perto do limite dessas fontes, e o prêmio por elas aumentou em 2017."

A solução será alterar a demanda, diz Sami Grynwald, gerente da consultoria Thymos. "Uma mudança regulatória pode tirar a pressão da procura por essas geradoras."

Para aliviar a busca por renováveis e reduzir seu valor no mercado, o governo abriu consulta pública de uma lei que permite que mais clientes contratem a fonte que quiserem.

A mudança teria o potencial para fazer a migração superar o patamar recorde de 2016, diz Reginaldo Medeiros, da associação de comercializadores. As propostas, no entanto, são tímidas, afirma ele.

"Com o texto do projeto, 30 mil novos consumidores poderão acessar o mercado livre daqui a 10 anos. A nossa ideia é permitir que todos participem dele a partir de 2024."

Medida argentina deve elevar vendas de eletrônicos, diz indústria

O fim da obrigatoriedade de uma autorização do governo argentino para exportar eletrônicos para o país facilitará as vendas, mas entidades brasileiras divergem quanto a seu impacto a curto prazo.

O governo Macri publicou, no fim de 2017, uma resolução que revoga as chamadas licenças não automáticas para a importação de itens como celulares e eletrodomésticos.

Dos US$ 55,4 milhões (R$ 178,7 milhões) importados pelo país em 2017, cerca de 24% (US$ 13,1 milhões) precisaram da permissão, segundo a CNI (confederação da indústria).

"A medida demonstra uma integração maior com o Mercosul e impactará o setor de manufaturados brasileiro", diz Carlos Abijaodi, da CNI.

"O prazo entre o fechamento do negócio e o embarque levava até 200 dias. Sem essa barreira melhora muito, cai para 45 dias", afirma Lourival Kiçula, presidente da Eletros (associação dos fabricantes de eletroeletrônicos).

A Abinee, que representa também a indústria de componentes, não considera que a decisão tenha um efeito significativo para o Brasil.

O motivo é que, como em alguns desses itens não é cobrado imposto de importação, a alteração beneficia exportações de países como a China.

Assistência brasileira

A operação brasileira da Ricoh, multinacional de tecnologia e impressão, recebeu um investimento de US$ 19 milhões (R$ 61,3 milhões) de sua matriz no Japão.

A maior parte será utilizada em infraestrutura e desenvolvimento de produtos no país.

A empresa criou localmente um assistente com inteligência artificial, diz Alejandro Tomás, diretor da empresa no Brasil.

"A plataforma para atendimento técnico de máquinas feita aqui já começou a ser vendida para os Estados Unidos e para a América Latina."

A Ricoh Brasil teve um crescimento de 15% nos nove primeiros meses do seu ano fiscal (abril a dezembro), diz Tomás.

"Além de termos entrado em novas unidades de negócio, como educação, ganhamos contas que estavam com concorrentes."

R$ 400 milhões
é a receita estimada no país

Anda de lado
O Brasil exportou em 2017 4,5% menos tabaco do que no ano anterior, segundo o Ministério do Desenvolvimento. O valor movimentado com as vendas foi de R$ 2,09 bilhões, 1,8% menor que em 2016. É a quarta queda seguida.

Mesmo com esses resultados, o país mantém a liderança das exportações do produto -detém cerca de 30% do mercado- e é o segundo maior produtor, atrás apenas da China.

"Podemos dizer que o cenário tem sido de estabilidade nos últimos anos, com uma pequena diminuição da demanda mundial", diz o presidente do Sinditabaco (da indústria do setor), Iro Schünke.

O ritmo das vendas foi especialmente fraco no primeiro semestre, com baixa de 15% na comparação com o mesmo período de 2016. O crescimento na segunda metade do ano garantiu melhor resultado.

Bélgica, China e EUA foram os principais destinos do tabaco em folha brasileiro.

Software A Veeam, multinacional de proteção de dados, adquiriu por US$ 42,5 milhões (R$ 137 milhões) a N2WS, de soluções em nuvem. A operação brasileira da compradora é a sua maior na América Latina.

Indústria A Grings, de alimentos saudáveis, vai investir R$ 5 milhões para dobrar a capacidade de armazenamento em sua fábrica, em São Paulo. A empresa também começará a vender seus produtos em farmácias.

Estética A rede Não+Pelo, de serviços de depilação, vai abrir 40 franquias neste ano. Belém, Brasília e Curitiba vão receber o maior número de lojas. A empresa, de origem espanhola, tem 300 unidades no Brasil.

com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.