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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Número de impedidos de assinar contratos com os governos cai 13%

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Crédito: Divulgação Fachada de sede da Controladoria-Geral da União, em Brasília
Fachada de sede da Controladoria-Geral da União, em Brasília

O número de pessoas e empresas que foram declaradas inidôneas caiu 13,5% em 2017, segundo a CGU (Controladoria-Geral da União). Quem está nessa situação não pode assinar contratos com a administração pública.

Foram 6.456 penalidades cadastradas no ano passado. A quantia representa a soma de fraudes constatadas por União, Estados, municípios e estatais no período.

Quanto ao número de empresas cujas punições foram aplicadas em 2017, houve queda de 21,9% na comparação com o registrado em 2016.

"As razões dessa redução estão em estudo. Pode ter ocorrido subnotificação", afirma o ministro da Transparência, Wagner Rosário.

"Desde 2015, em vez de passarem os dados dos processos à CGU, os próprios órgãos cadastram as sanções."

Desde a entrada em vigor da Lei Anticorrupção, em 2014, os governos precisam remeter a lista de inidôneos à CGU, responsável por uma espécie de cadastro único de quem está impedido de contratar com o Estado.

As irregularidades podem ser detectadas tanto na fase prévia da licitação quanto depois da entrega de determinada obra ou serviço.

"Essa redução pode ser também um sinal dos efeitos da crise fiscal, que derrubou muito o número de contratações públicas a partir de 2015", diz Carlos Ari Sundfeld, professor de direito administrativo da FGV.

Para não perder o futuro

A incorporadora Setin investirá R$ 130 milhões em terrenos, legalizações e projetos neste ano, segundo o sócio Antonio Setin.

O objetivo da empresa é lançar imóveis que alcancem um valor geral de vendas de R$ 550 milhões. É cerca de dez vezes o que ela colocou no mercado em 2017.

"Nosso objetivo no ano passado era não lançar nada. Com demanda baixa e estoques elevados, era mais produtivo tentar vender o que ainda estava na prateleira", afirma Setin.

Não há expectativa que o ano de 2018 redima as baixas vendas do passado, mas as incorporadoras fazem negócios a médio prazo, e os lançamentos de agora serão entregues em um futuro mais distante.

"Da compra do terreno a passar a chave vão-se cinco anos. Se não reagirmos, poderemos perder um ciclo."

99
foram os lançamentos da Setin

1,6 milhão de m²
a empresa já construiu

Estoque encalhado de escritórios deve impedir queda da vacância em SP

O mercado de escritórios de alto padrão em São Paulo deverá seguir em leve recuperação, mas a taxa de vacância pouco deverá se alterar, segundo imobiliárias.

A porcentagem de espaços vazios caiu para 24% em dezembro de 2017 após atingir 29% no ano anterior, segundo a Cushman & Wakefield.

"Dos 192 mil m² de absorção líquida [diferença entre a área contratada e devolvida nos imóveis], cerca de 60 mil m² estavam previstos para 2016. Houve um adiamento", diz Gustavo Garcia, gerente sênior de pesquisa da empresa.

O índice de espaços vagos deverá se manter praticamente estável nos próximos 12 meses devido ao aumento do estoque, diz ele. "A projeção é de aproximadamente 150 mil m² novos em 2018."

A JLL estima que a vacância ao final do ano passado estava em 24,9%.

A previsão é que 300 mil m² sejam entregues, mas, assim como em 2017, uma parte disso poderá ser adiada, diz Simone Shoji, coordenadora de pesquisa da companhia.

"Há prédios prontos há mais de um ano, mas sem interessados. Muitos proprietários não pedem o Habite-se para evitar prejuízos."

Madeira para as casas americanas

A venda externa de produtos de madeira em 2017 cresceu em 8 dos 9 segmentos da indústria brasileira, segundo a Abimci (do setor).

O compensado de pinus, por exemplo, teve uma alta de 19% em volume, na comparação com 2016. Utilizado na construção civil, o item é considerado o principal da pauta de exportação brasileira.

"O que mais impulsionou o setor foi o aumento da demanda americana e, em menor escala, do México", afirma Paulo Pupo, superintendente da entidade.

A melhora não se traduziu em receitas maiores devido à queda dos preços no mercado internacional, diz ele.

"A projeção de crescimento é de até 5% nos volumes em 2018. O salto de 2017 não deverá se repetir porque havia demanda reprimida."

Cimento O nível de emprego na construção caiu 1,02% em novembro de 2017, na comparação com outubro. Em 12 meses, o saldo negativo é de 159 mil postos de trabalho.

Fartura Quase 70% dos industriais de pequenas empresas preveem que este ano será de crescimento. É o maior nível de otimismo desde 2014, aponta o Simpi (sindicado do setor).

Crescer sem dor O número de farmácias no em São Paulo cresceu 5% nos últimos três anos, de acordo com o ICTQ. O Estado tem 17% de todas as unidades do país.

Desconhecimento Cerca de 41% dos profissionais de folha de pagamento no mundo relatam dificuldades para entender as legislações locais sobre o tema, segundo a consultoria TMF.

com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS.

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