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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Para Fazenda, crise do peso argentino não impacta Brasil

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Em um cenário em que a crise na Argentina se agrave e o país vizinho tenha uma grande queda no PIB, o impacto na economia brasileira será pequeno, segundo cálculos do Ministério da Fazenda.

A equipe da pasta levantou hipóteses sobre duas possibilidades de problemas, diz Fabio Kanczuk, secretário de política econômica.

A primeira seria a de os investidores estrangeiros evitarem títulos de países emergentes ou da região.

Homem segura cédula de 500 pesos em Buenos Aires - Martín Zabala/Xinhua

Há uma boa noção, porém, das diferenças de desempenho das economias —a Argentina acumula déficits em conta corrente e fiscal primário maiores que o Brasil, diz.

A outra alternativa é de uma piora nas relações comerciais entre os dois países em decorrência da recente corrida contra a moeda argentina.

Ainda assim, o impacto seria reduzido, segundo Kanczuk. Ele fez contas de duas formas e chegou a estimativas semelhantes.

“A correlação entre o PIB deles e o nosso é baixa. Se eles tiverem uma recessão de 1%, nossa economia seria afetada negativamente em 0,005%. Se diminuírem muito as compras que fazem de nossos produtos, perderíamos 0,008%.”

Para alguns setores, entretanto, problemas econômicos no país vizinho podem representar perdas relevantes.

“A coisa mais importante no cenário externo para o Brasil é a Argentina dar certo. Graças a exportação de carros para eles nós começamos a sair da crise”, diz Thomaz Zanotto, diretor de relações internacionais da Fiesp.

O governo de Maurício Macri trabalhou para facilitar a relação comercial, segundo uma pessoa que acompanha a relação entre os países.

O presidente não foi capaz, no entanto, de resolver graves problemas econômicos, como a inflação em alta, o deficit primário e em conta corrente, de acordo com o diretor da entidade.

 

Siga os passos da matriz

A fabricante de produtos químicos Solvay vai investir € 15 milhões (R$ 63 milhões) em sua unidade de Paulínia (SP), diz o presidente na América Latina, José Borges Matias.

O aporte será feito em um centro de distribuição para polímeros especiais, como os usados em próteses, em uma fábrica de solventes e na modernização de áreas da planta.

O investimento não inclui as aquisições que a empresa planeja fazer no Brasil para igualar o portfólio local ao dos outros continentes, diz Matias.

“Há uma transformação [da empresa] para o setor de especialidades, para áreas como materiais de compósitos com fibras de carbono, muito usados na aeronáutica, e formulações sustentáveis para a extração de minérios”, afirma.

€ 2,49 BILHÕES
(R$ 10,5 bilhões) foi a receita global da Solvay no 1º trimestre

 

Atestados médicos na construção têm queda de 27%

O número de atestados médicos emitidos para trabalhadores da construção civil caiu 27% em 2017, na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo o Seconci-SP (Serviço Social da Construção).

Além do menor número de trabalhadores, devido ao corte de vagas na recessão, houve um impacto maior das campanhas de prevenção de doenças e das melhores condições de trabalho, diz Norma Araújo, superintendente do Iepac (Instituto de Ensino e Pesquisa Armênio Crestana), ligado à entidade.

O levantamento considera os cerca de 43 mil atendimentos feitos no posto de atendimento central do Seconci-SP.

“Além do número absoluto de atestados, é válido ressaltar a redução do número de atestados emitidos em relação ao de consultas. Houve queda de 14,8% em 2016 para 12,6% no ano passado.”

A média de dias nos quais os trabalhadores ficaram afastados, no entanto, teve um leve aumento: subiu de 1,6 para 1,8 em 2017.

 

Risco surpresa

Metade das empresas da América Latina não têm estratégias definidas para lidar com riscos emergentes, que não são conhecidos ou que estão em evolução de modo inesperado, segundo a consultoria Marsh.

A empresa ouviu 294 companhias latino-americanas, sendo que 76 são brasileiras.

As principais áreas de origem dessas ameaças, segundo as entrevistadas, são mudanças no escopo regulatório (90,3%), nas tendências de mercado (88,8%) e ataques cibernéticos (88,4%).

“O que observamos é que grande parte dos atores têm consciência da importância de se precaver, já começaram a se mobilizar, mas ainda não possuem planos de resposta estruturados”, diz Carlos Santiago, da Marsh.

“Como ameaças virtuais e climáticas acontecem em países como os Estados Unidos, e na América Latina sofremos mais com fatores básicos como desemprego e inflação, temas emergentes não são priorizados”, afirma o executivo.

 

Hambúrguer sem carne

A Superbom, empresa do ramo alimentício ligada à igreja adventista, vai lançar uma linha de comida vegana e vegetariana congelada.

“Já fazemos enlatados. Agora, vamos expandir na vertente de salsichas e hambúrgueres que usam principalmente proteínas de ervilha”, diz o presidente, Adamir Alberto.

Para produzir os lançamentos, a marca comprou equipamentos de processamento vindos da Alemanha. Os investimentos para o ano somam R$ 16 milhões.

A empresa deverá ainda aumentar a exportação de seus queijos veganos.

 

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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