Com a transformação do Inmetro em uma agência reguladora, a entidade poderá aumentar a receita anual de cerca de R$ 800 milhões para até R$ 4 bilhões, diz o presidente, Carlos de Augusto Azevedo.
Foi aprovado em comissão especial na Câmara, na quarta-feira (11), um projeto de lei que modifica a estrutura de autarquias e, entre outros temas, muda a situação do instituto, hoje vinculado ao Ministério da Indústria e Comércio.
“Os órgãos estaduais que nos representam fazem 40% das fiscalizações que poderiam. Se tivermos estabilidade administrativa e financeira, em quatro anos atingiremos cerca de R$ 4 bilhões.”
O custo operacional também subirá. Se o Inmetro virar agência, será preciso equiparar salários com os de entidades como a Aneel. Pelos cálculos de Azevedo, o gasto anual sairia de R$ 600 milhões para R$ 650 milhões.
Vinculado ao ministério, o instituto repassa ao governo sua arrecadação e recebe orçamento da União.
A expectativa com a transformação é usar o dinheiro que cobra das empresas para financiar seus custos.
Uma das preocupações do setor comercial, que se submete às mensurações do Inmetro, é que as comissões que estabelecem as normas obedeçam à composição atual: representantes das empresas, da sociedade civil e do governo.
“Isso precisará estar previsto em regulamento, mas a ideia de agência é sempre dar poder a um colegiado”, diz Azevedo.
60 mil
empresas de produtos e serviços regulamentados foram fiscalizadas em 2017
1,79 milhão
de produtos irregulares foram retirados do mercado
1.500
é o número aproximado de funcionários do Inmetro
Setor farmacêutico cresce 10% no 1º semestre, mas rentabilidade cai
A receita das fabricantes de remédios subiu mais de 10% no primeiro semestre deste ano, de acordo com o Sindusfarma (sindicato do setor).
O faturamento foi impulsionado por um volume maior de vendas —uma alta de 7%—, diz Nelson Mussolini, presidente da entidade. Houve, porém, perda de rentabilidade, afirma.
“O dólar subiu acima de 16%, e nós importamos matéria-prima. O resultado operacional deverá ser prejudicado com o fim da desoneração da folha de pagamentos.”
Com a crise fiscal, a União tem feito pressão para que as empresas deem descontos, diz Alexandre França, diretor-executivo da Aspen Pharma.
“Reduzimos negociações com o setor público. Compradores privados compram mais e nós recebemos em 30 dias.”
O mercado de genéricos teve os números mais robustos.
O crescimento já vinha de outros períodos, lembra Carlos Aguiar, da Medley. “Nesse ano houve lançamentos de itens de preço médio mais alto, que fizeram o faturamento do mercado crescer além da venda de unidades.”
Hora de pisar no freio
A Easy, aplicativo de mobilidade urbana controlado pela espanhola Maxi Mobility, vai congelar a expansão de sua área de atendimento no país.
Presente em 90 cidades brasileiras, o aplicativo teve crescimento de cerca de 40% no número de viagens realizadas por meio da plataforma no primeiro trimestre deste ano.
“Já estamos nos principais municípios e não faremos aportes em infraestrutura para expandir a cobertura. Agora, o objetivo é crescer o núcleo duro de clientes”, diz o CEO da operação brasileira, Bruno Mantecón.
A alta ocorre após decisão da empresa de desativar o serviço de carros particulares, em setembro de 2017.
“Faturamos mais do que gastamos atualmente e, por enquanto, não precisamos de novos aportes.”
Na área internacional, o app, que já teve escritórios em mais de 30 países, atua hoje em nove. “Não vamos aumentar esse número”, diz.
Raio-x
Easy
R$ 620 milhões
foi o último aporte recebido em janeiro pela Maxi Mobility, controladora da Easy e do Cabify (no câmbio atual)
200
é o número de funcionários
20%
foi o crescimento no número de corridas em maio, na comparação com o mesmo mês de 2017
Compra fresca
A operadora logística suíça Panalpina comprou a argentina Newport Cargo, especializada no transporte de frutas e peixes para a América do Norte.
A aquisição servirá para complementar a atuação da filial brasileira, segundo Marcelo Caio D’Arco, diretor-geral da multinacional no Brasil.
“Mercado de perecíveis é algo que trabalhamos pouco como Panalpina na Argentina e no Brasil. É um movimento que trará um ganho de volume significativo”, diz ele.
A compra também agilizará as exportações feitas hoje da Argentina para o mercado brasileiro, afirma. O valor da transação não é revelado.
“É mais um passo no processo dos últimos dois anos, em que tivemos compras na África e na Europa. Também estamos em discussão para adquirir um projeto aqui no país.”
24 mil toneladas
são exportadas por ano pela Newport Cargo
R$ 1,43 bilhão
foi o lucro bruto global aproximado da Panalpina no 1º tri. (no câmbio atual)
Jato O centro de arbitragem da Câmara de Comércio Brasil-Canadá instituiu a figura do árbitro de emergência, para decisões semelhantes às liminares que a Justiça concede.
De volta... A Chiesi, multinacional farmacêutica italiana,vai voltar a lançar um medicamento no Brasil após três anos, segundo Rodrigo Lorca, novo presidente da empresa no Brasil. Será um produto para doenças respiratórias.
...à ativa O grupo possui 53 novos projetos em desenvolvimento globalmente. Outros dois medicamentos estão sob análise da Anvisa (vigilância sanitária), mas a previsão é que comecem a ser comercializados em 2020.
com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas
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