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michael kepp

 

10/11/2012 - 03h00

Mesmo com derrota, oposição deve continuar a ser combativa

Apesar da reeleição do presidente Obama, é provável que a oposição republicana continue a ser combativa.

Afinal, ela conservou o controle da Câmara, e seu candidato, Mitt Romney, perdeu o voto popular por uma margem muito estreita.

Ademais, seus ultraconservadores ainda são a voz principal de uma oposição radicalizada que o Tea Party, um movimento antigoverno, empurrou mais para a direita do que ela jamais esteve. É provável que o Congresso continue polarizado e paralisado.

Frustrado por não ter realizado sua meta principal --fazer de Obama um presidente de um só mandato--, o Partido Republicano provavelmente vai continuar a se opor às principais iniciativas dele.

O partido pode recusar-se a conciliar com Obama sobre como reduzir o deficit fiscal crescente e pode se opor às leis de imigração e reforma do código tributário que o presidente pretende priorizar em seu segundo mandato.

Assim, se Presidências americanas transformadoras exigem pelo menos dois mandatos presidenciais, o que Obama conseguirá fazer, enfrentando oposição irredutível na Câmara? Um segundo mandato lhe permite implementar boa parte do que realizou no primeiro: a reforma da saúde e uma lei que aperta a regulamentação frouxa do mercado financeiro.

Um segundo mandato também pode permitir a Obama nomear um ou dois juízes progressistas para a Suprema Corte. Isso pode frustrar a consolidação de uma maioria de direita irredutível por meio dos conservadores que Romney teria nomeado para a corte. Uma maioria desse tipo poderia ter derrubado decisões judiciais históricas, como aquela que legalizou a maioria dos abortos.

Em vista do radicalismo no Partido Republicano, qualquer de seus jovens ultraconservadores carismáticos, entre os quais Paul Ryan, pode vir a ser seu candidato em 2016. Mas é possível que outro democrata moderado, como Hillary Clinton, suceda a Obama antes que a oposição perceba que se deslocou longe demais à direita para conquistar a Presidência.

Tradução de CLARA ALLAIN

michael kepp

Michael Kepp, jornalista americano radicado há 28 anos no Brasil, é autor do livro "Tropeços nos Trópicos - crônicas de um gringo brasileiro" (Ed. Record). Mantém o site www.michaelkepp.com.br. Escreve às terças, a cada quatro semanas, na versão impressa de "Equilíbrio".

 

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