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mônica bergamo

 

10/02/2013 - 03h00

Políticos e executivos circulam pelo camarote da prefeitura no Sambódromo

Uma mulher exuberante agarra Fernando Haddad no camarote da prefeitura no Sambódromo e grita: "Que saudade! Chega de entrevista, querido. Hoje é Carnaval. Todos os meus amigos querem te conhecer!". E puxa o prefeito pelo braço.

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Depois de alguns minutos, repórteres e convidados descobrem: Priscila é "a irmã doida" do prefeito, como ela mesma se define. "Isso aqui é uma esbórnia, né, Chalita?!", diz ela ao deputado Gabriel Chalita, do PMDB. "Todo mundo te ama. Eu tô 'pê' da vida, viu, Chalita? Eu sou possessiva."

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Chalita posa para foto com o ministro Alexandre Padilha, da Saúde. Um repórter grita que os dois formam uma boa chapa para o governo de SP em 2014. Padilha responde: "Sim, no palanque da presidenta Dilma".

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O prefeito foi ao Sambódromo com a mãe, Norma, com a mulher, Ana Estela, e os dois filhos. Pela sala VIP circularam políticos e executivos como Carlos Schroder, diretor geral da TV Globo.

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Marta Suplicy, com o marido, Marcio Toledo, levou a neta, Laura, 9. De sapato verde-limão e roxo, comprado em Buenos Aires "para dançar tango", Marta iria para Olinda no dia seguinte, depois Recife, Salvador e Rio. "E na quarta eu desmaio."

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O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) chega e cumprimenta Marta. Ela mostra a ele a neta, que o abraça. "É a filha do João", diz o senador.

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Um amigo do petista sopra: "Pergunta para ele da [ex-senadora] Marina Silva. Ela o convidou para o novo partido que está montando".

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Suplicy sorri. E confirma: "Sim, a Marina me telefonou hoje. Nós conversamos por mais de uma hora". Ela convidou, e ele aceitou, ser uma das estrelas do lançamento do novo partido que está lançando, no dia 16. "Vou lá expor as minhas ideias."

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Suplicy está escanteado no PT. O partido planeja tirar dele a legenda para a candidatura ao Senado em 2014. Quer oferecer a vaga para partidos como PMDB e PSD, numa aliança para o governo de SP. Ele anda chateado.

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Marina então o convidou para deixar o PT e integrar o partido que está montando? "A Marina sabe o que eu penso da fidelidade partidária. Eu disse a ela que não sairia do PT até cumprir todo o meu mandato [em 2014]."

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E depois? "Se o PT me fechar as portas...". Suplicy para, sorri e refaz o raciocínio. "Eu não acredito que o PT vai me fechar as portas. Eu acho que o partido vai continuar me apoiando."

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Por isso, decidiu enfrentar a cúpula partidária: vai propor prévias para a escolha do candidato do partido ao Senado em 2014. "Eu pensei muito e decidi: quero ser candidato de novo."

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O PT tem pelo menos uns dez "bons candidatos", diz ele. "O Luiz Marinho, o Edinho Silva, o Emídio de Souza. Em outros partidos, o Gilberto Kassab [do PSD], o Chalita [PMDB]. São todos bons. Mas eu tenho certeza de que ganho as prévias. Eu ando por aí e as pessoas me dizem: 'Mas o PT vai abrir mão de um candidato como você?'".

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A única chance de Suplicy desistir é se Lula for candidato ao Senado. "Aí, em respeito a ele, eu não disputaria."

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No camarote ao lado, da Brahma, Zeca Pagodinho levanta a plateia num show para o qual recebeu cachê estimado em R$ 250 mil.

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Cláudia Raia, 1,80 m, hesita, mas tira o sapato preto de bico fino e sobe em um banquinho branco de 30 cm para ver a passagem do namorado, o ator Jarbas Homem de Melo, coreógrafo da comissão de frente da Vai-Vai.

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"Sucessooooo", grita. Dá tchau para a arquibancada. E cola na grade, eufórica.

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Melo passa. Ela, de vestido curto, chama, manda beijos e faz um gesto de coração com as mãos.

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Só fecha a cara quando um fotógrafo tenta fazer imagens dela de baixo para cima. Puxa a câmera. Os dois discutem. Amigos da atriz apagam as imagens e devolvem a máquina ao fotógrafo. "A gente tem que fazer isso para aprenderem a respeitar", diz ela.

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Acaba o desfile. Cláudia manda mensagem para o celular de Jarbas e come um espeto de churrasco. O namorado chega e a beija. "Estou que nem mãe de miss. Puro orgulho", diz ela. (MÔNICA BERGAMO E JOELMIR TAVARES, DE SÃO PAULO)

SALVADOR

Gilberto Gil vê a top Lea T de longe e acena. Ela se aproxima, e o baiano beija sua mão. "Olha como você é famosa! Ele falou de longe: 'Lea'", diz Preta, filha de Gil, à modelo, convidada do camarote Expresso 2222.

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"Aiiii, que loucura!", grita Lea ao ver Narcisa Tamborindeguy. E beija a mão da "mulher rica".

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Lea é das raras convidadas que não se preocupam em aparecer na foto com bebida -uma taça de champanhe, que recebe ao chegar, no começo da noite. Sidney Magal é outro que desfila à vontade com um copo de cerveja. "Não é novidade. Tem muito a ver com a eguinha pocotó", diz ele sobre a dança do sul-coreano Psy que bate recorde de acessos no YouTube.

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Psy chega com um terno branco sem mangas, cercado por seguranças e dançarinas. Vai direto para a varandinha VIP. Um de seus produtores o cutuca para que cumprimente Gil. "Ah, eu já disse oi."

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Gil também sabe pouco sobre o sul-coreano. Diz que ouviu seu hit, "Gangnam Style", só uma vez. Elogia "críticas sociais" da letra.

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Psy se assusta com a quantidade de pessoas na rua que formam um "corredor polonês" para que ele percorra os poucos metros do Expresso 2222 até o trio elétrico de Claudia Leitte, onde cantará. Respira fundo e vai.

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Já lá em cima, o rapper pede mais de uma vez para pararem o trio. Em vão.

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"Como todo oriental, ele é um cara reservado", diz Bia Feres, uma das gêmeas do nado sincronizado, bebendo caipirinha de seriguela. Ela e a irmã ficaram "emocionadas" ao descobrir que o sul-coreano tem filhas gêmeas.

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Bia e Branca ganharam cachê para fazer eventos ao lado de Psy. Sabrina Sato, também contratada pela marca que trouxe o sul-coreano, posa para uma foto com Gil. Flora, mulher do músico, é quem pede. Quer pôr no Instagram.

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"Foto hoje é mais importante do que música e dança", comenta Gil, rindo.

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E o cordão de artistas que ganham para dar as caras em outros camarotes da cidade cada vez aumenta mais. Alinne Moraes, Carolina Dieckmann, Michel Teló e Rodrigo Faro estão entre os que deram rasante em Salvador.

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No camarote da revista "Quem", a assessora agita os braços para Alinne Moraes: o colar prateado da atriz estava tapando o nome da marca de produtos de cabelo que divulgava. Ela tem ao menos três visitas remuneradas neste Carnaval. "A mídia me usa e eu tento usar a mídia", diz.

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Já no espaço da "Contigo!", outra assessora pede que os jornalistas se atentem ao "foco": fazer perguntas sobre a marca de escova de dente que trouxe Teló a Salvador.

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"O Carnaval virou um grande marketing. É ótimo, movimenta a indústria. O povo ama ver os artistas prestigiando Salvador", diz Preta Gil. Já ela está "100%" dedicada ao camarote da família. Até usa um vestido "de debutante" para comemorar os 15 anos do Expresso 2222. (ANNA VIRGÍNIA BALLOUSSIER)

mônica bergamo

Mônica Bergamo, jornalista, assina coluna diária com informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999.

 

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