Jornalista, assina coluna com informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999. Escreve diariamente.
Celebridades cobram cachês inflacionados para aparecer no Carnaval
Cachê nas alturas
E as celebridades internacionais de primeiro time não deram as caras no sambódromo do Rio nesse Carnaval. As cervejarias, que destinam verbas milionárias para o marketing da folia, não se dispuseram a pagar os salgados cachês que as estrelas pedem para surgir, sorrir por duas horas e sumir sem disfarçar, muitas vezes, o enfado.
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Brilharam então os brasileiros. O negócio funciona da seguinte forma: eles são contratados para ficar algumas horas no camarim, dar entrevistas e posar para fotos.
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Em geral, não falam nada de muito importante, já que chegam treinados à avenida para conceder entrevistas água com açúcar.
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Ainda assim, ganham grande espaço na imprensa, que nem precisa batalhar muito -o acesso às celebridades contratadas é super facilitado. Faz parte do business.
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Às vezes, a coisa sai um pouco do script. Romário, por exemplo, confessou à coluna: apesar de contratado pela cervejaria Devassa, ele detesta cerveja. Diz que não bebe um só gole. "Prefiro espumante."
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Aceitou o "job" porque o tema do camarote era "Pelada, o lado Devassa do futebol. "E eu sou o maior peladeiro que tem", diz.
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A especulação sobre os cachês corre solta entre profissionais envolvidos com a organização dos camarotes. Fernanda Lima, por exemplo, exigiria R$ 2,5 milhões para fazer presença por quatro horas com o marido, Rodrigo Hilbert, posar para fotos, atender aos repórteres e ficar integralmente à disposição.
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Neste ano, Fernanda apareceu para ver a folia, mas não foi estrela de nenhum espaço.
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Sabrina Sato cobraria cerca de R$ 500 mil só para surgir e sorrir -o pacote com a Brahma teria saído por mais, já que incluía dezenas de ações de marketing pelo Brasil. Grazi Massafera, contratada pela Devassa, teria cobrado um pouco menos.
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Com a Copa, os cachês brasileiros acabaram inflacionados. A estrela americana J. Lo, por exemplo, cobrou cerca de U$ 1 milhão da Brahma para vir ao sambódromo no ano passado -ou menos do que o cachê estimado pelo mercado para o casal Fernanda e Rodrigo. Resultado: o ano foi de poucas estrelas.
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Quem, nesse sentido, salvou a festa foi Boni. Homenageado pela Beija-Flor, o ex-diretor da TV Globo arrastou uma constelação global para a avenida. Só na base do amor. Sem pagar um único tostão.
Quem gostar, gostou
Antes de entrar no Sambódromo como rainha da bateria da Grande Rio, a atriz Christiane Torloni conversou com a coluna sobre as críticas que estava recebendo em redes sociais por não ter samba no pé.
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Folha - Você soube das críticas na internet?
Christiane Torloni - Tenho uma blindagem magnífica para elas. Só leio coisas de quem tem autoridade pra criticar. Se fosse ouvir tudo o que falam de mim, não teria a carreira que tenho e estaria vendendo sanduíche natural na praia.
Dizem que é obrigação da rainha saber sambar.
A rainha de bateria não conta ponto para escola. Por isso, podem chamar personalidades e não cabrochas. Já participei de espetáculos de dança que foram aplaudidos de pé na Europa. Quem gostar, gostou. Não me importo!
Você se inspira em alguém?
Tem mulheres lindas, como a Juliana Alves. Ela é uma grande cabrocha, tem graça, leveza e é da comunidade. Acho isso lindo, mas sei que não sou assim. Bem que eu gostaria [risos].Trago atitude pra escola. Me inspiro na Luiza Brunet e na Luma de Oliveira [que foram rainhas de baterias por muitos anos]. Elas não vinham de comunidades. Mas conseguiram deixar suas marcas.
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