Jornalista, assina coluna com informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999. Escreve diariamente.
Bumlai diz que deu jogo de armários embutidos à nora de Lula
O pecuarista José Carlos Bumlai, acusado de receber propina para mediar negócios no setor de petróleo e repassá-los a uma nora do ex-presidente Lula, admite que deu de presente à parente do petista um jogo de armários, de valor irrisório.
Foi um presente de casamento, disse o empresário a interlocutores.
O lobista e delator Fernando Soares, conhecido como Baiano, afirmou em seus depoimentos que o ex-presidente Lula participou de reuniões com Bumlai, de quem é amigo, e o presidente da Sete Brasil, João Carlos Ferraz, sobre contratos da Petrobras.
A reunião com Lula foi marcada durante as tratativas de Baiano, que atuava em nome da OSX, de Eike, e Bumlai para conseguirem um contrato de construção de navios-sonda com a Sete Brasil.
Segundo a versão do delator, Lula teria prometido "ajudar a dar mais velocidade", mas os negócios supostamente intermediados por Bumlai não prosperaram.
Mesmo assim, meses após a reunião, que teria ocorrido em 2011, Baiano diz ter repassado R$ 2 milhões em propina a Bumlai, que teria solicitado para uma nora de Lula.
Lula disse que nunca autorizou o amigo a pedir dinheiro em nome dele e negou que alguma nora tenha recebido favor de Baiano.
Segundo a Folha revelou na sexta-feira, Bumlai disse a amigos que os recursos que recebeu do lobista serviram, na verdade, para pagar empregados de suas fazendas. Ele diz que contratou Baiano para ajudá-lo a vender uma termelétrica. Pela corretagem, lhe pagaria uma comissão milionária.
Como estava precisando de recursos com urgência, já que seus negócios no setor agropecuário passam por dificuldades, Bumlai pediu a Baiano, na ocasião em que o contratou, um empréstimo para quitar dívidas com trabalhadores de suas terras.
O lobista aceitou, segundo a versão do pecuarista. Como tinha recursos para receber de uma empresa ligada à OSX, de Eike Batista, para quem prestava serviços, Baiano pediu que a companhia repassasse o crédito a Bumlai.
O dinheiro teria sido então depositado na conta de uma empresa da família do fazendeiro.
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