Jornalista, assina coluna com informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999. Escreve diariamente.
Ministro da Educação é vaiado e chamado de 'golpista' por servidores
O novo ministro da Educação e Cultura, Mendonça Filho (DEM-PE), foi recebido com protesto em reunião nesta sexta (13) com os servidores do Ministério da Cultura, pasta que está sendo extinta para se fundir à da Educação.
A reunião de apresentação do ministro à equipe foi no início da tarde, em um auditório do Ministério da Cultura.
Ao chegar, Mendonça Filho ouviu os funcionários gritarem em coro frases como "Cultura somos nós, nossa força e nossa voz" e "Golpe não, cultura sim".
Também houve gritos de "golpista" e "ditador". Atrás da mesa onde o ministro se posicionou, pessoas seguravam cartazes com expressões como "Vaza Mendonça Filho" e "Não reconhecemos governo golpista".
Depois, com a situação mais tranquila, Mendonça Filho fez um discurso em que afirmou existir "responsabilidade" da nova gestão "com a preservação de todos os projetos alicerçados na Lei Rouanet e na Lei do Audiovisual".
Disse também que secretarias nacionais e entidades indiretas vinculadas ao Ministério da Cultura serão mantidas e, olhando para um papel, citou a Fundação Cultural Palmares, a Funarte (Fundação Nacional de Artes), a Fundação Casa de Rui Barbosa, a Fundação Biblioteca Nacional, a Ancine (Agência Nacional do Cinema), o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e o Ibram (Instituto Brasileiro de Museus).
Segundo o novo ministro da Educação e Cultura, são naturais as "superposições" quando há a "fusão de duas pastas relevantes".
Ele falou ainda que busca um canal de diálogo com a atual equipe do ministério para fazer a transição e para que os servidores "possam desempenhar o trabalho da melhor maneira possível".
Fala do ministro Mendonça Filho
Nesta quinta (12), após tomar posse como ministro do governo Michel Temer (PMDB), ele havia afirmado que não há motivos para a classe artística se preocupar com a fusão das pastas. Segundo o ministro, as duas linhas "serão contempladas".
"Você pode ter dois ministérios com pouca força ou duas áreas fundamentais cada vez mais fortalecidas", defendeu.
Membros da Associação Procure Saber e do Grupo de Ação Parlamentar Pró-Música divulgaram nesta sexta (13) carta aberta ao presidente interino para pedir que reconsidere a decisão de fundir os dois ministérios.
Para os artistas, a medida gerará economia "pífia" à máquina pública e "não justifica o enorme prejuízo que causará para todos que são atendidos no país por políticas culturais".
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