Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Mônica Bergamo

O grupo J&F está implementando um programa de "compliance" (conformidade com normas) em todas as suas empresas, a exemplo do que já fizeram companhias envolvidas na Operação Lava Jato como a Petrobras e a Odebrecht.

CORRIDA
A JBS —que integra o grupo ao lado de empresas como Eldorado e Banco Original— saiu na frente. O frigorífico já tem uma diretoria independente voltada para essa área. O responsável por dirigir o "compliance" da holding será o advogado Emir Calluf Filho, com passagens por Philip Morris e International Flavors & Fragrances.

EU ACUSO
Os advogados dos emedebistas Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves pediram a suspeição do juiz da 14ª Vara Federal de Natal. Numa fala contundente, o magistrado chegou a responsabilizá-los, durante uma audiência, pelas mazelas do sistema carcerário.

EU ACUSO 2
O juiz atendia a um pedido de Cunha, para não ser transportado chacoalhando num camburão. Disse que de fato ninguém merecia ser submetido às mazelas do sistema, que seria o que é por culpa também dos dois políticos, que superfaturaram obras.

EU ACUSO 3
O juiz, ao argumentar, citou o cantor Cazuza: "Sua piscina está cheia de ratos. Suas ideias não correspondem aos fatos", disse. Os advogados protestaram.

FIM
Na mesma audiência, o advogado de Alves, Marcelo Leal, chegou a pedir a desativação dos camburões no país.

PRÓXIMO PONTO
O secretário municipal de Desestatização e Parcerias de São Paulo, Wilson Poit, assina nesta sexta-feira (19) um termo de cooperação com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). O banco contratará uma consultoria para estruturar o projeto de concessão dos terminais de ônibus Campo Limpo, Princesa Isabel e Capelinha.


EM SEU LUGAR
"Me Chame pelo Seu Nome", longa do italiano Luca Guadagnino que tem o brasileiro Rodrigo Teixeira entre seus produtores, foi exibido em pré-estreia na quarta (17), no Cinemark do shopping Iguatemi. O estilista Reinaldo Lourenço, o fotógrafo Guilherme Licurgo e o diretor artístico do Masp, Adriano Pedrosa, assistiram à sessão.


MEIO DE CAMPO
O Movimento Sem Teto do Centro (MSTC) e o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) oficializam nesta sexta-feira (19) acordo em que o órgão assume o papel de mediador nas demandas do grupo de luta por moradia perante outras esferas de poder. "Vamos fazer contato, por exemplo, com prefeitura, Judiciário e Secretaria de Segurança, para encontrar saídas legais e evitar conflitos", diz o chefe do MP-SP, Gianpaolo Smanio.

CASA GEMINADA
A iniciativa tem também a participação do Instituto Brasil 21 e deve ser estendida para outros movimentos sociais.

COROA
A atriz Juliana Paes será a rainha do baile de Carnaval da revista "Vogue", no dia 1º. As cantoras Elba Ramalho e Iza, além de Pabllo Vittar, se apresentarão com o Bloco da Preta, liderado por Preta Gil.

CANÇÃO DE PROTESTO
A cantora Maria Rita participará do desfile do Acadêmicos do Baixo Augusta, no dia 4 de fevereiro. Ela cantará a música "Como Nossos Pais" durante a inauguração de um painel do coletivo Os Tupys na parede externa do centro cultural do bloco, na praça Roosevelt.

A pintura é inspirada no tema do desfile deste ano, "É Proibido Proibir".

TIPO EXPORTAÇÃO
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) de São Paulo passará a oferecer um programa de treinamento para que escritórios de pequeno e médio porte atuem no exterior. O novo presidente da entidade, José Roberto Geraldine Júnior, afirma que o montante exportado pelo país em serviços do ramo, de US$ 5 mi em 2016, "é muito pouco perto do que se pode fazer".


'NUNCA TIVE EMPATIA POLÍTICA POR BOLSONARO', DIZ RACHEL SHEHERAZADE

Autodeclarada "uma liberal conservadora", a jornalista Rachel Sheherazade frustrou nos últimos dias admiradores que a consideravam automaticamente uma apoiadora da candidatura de Jair Bolsonaro (PSC-RJ) a presidente.

A apresentadora do "SBT Brasil" postou em redes sociais reportagens da Folha sobre ele e se viu alvo de ataques. Ela, que diz não apoiar nenhum candidato por ser "uma jornalista independente", falou à coluna por e-mail.

Folha - Qual a sua posição em relação a Bolsonaro?

Rachel Sheherazade - Em nenhum momento apoiei o candidato Jair Bolsonaro. O que efetivamente defendi foi o cidadão Jair Bolsonaro, e numa ocasião bem específica: quando acusado de estuprador pela deputada Maria do Rosário [PT-RS]. Falei sobre o entrevero entre os dois, e de fato não encontrei razão para aquelas acusações de estupro, o que acredito ter sido um linchamento político movido por exagero e sexismo.

O fato é que jamais tive qualquer ligação, nem mesmo de empatia política, pelo senhor Bolsonaro. Quando a Folha publicou reportagem sobre a evolução patrimonial do pré-candidato, senti-me, como jornalista e como cidadã, impelida a me manifestar. Foi o que fiz.

O que pensa sobre a candidatura dele?

Toda candidatura é lícita, desde que não seja impedida pela Justiça Eleitoral. O que me preocupa é a polarização em torno de dois candidatos tão igualmente radicais e populistas (Lula e Bolsonaro). A idolatria a políticos —tanto de esquerda quanto da "suposta" direita— me assusta, e o ódio com que esses "messias" conduzem seus seguidores é um retrocesso para a liberdade de expressão e a democracia.

Por que acha que é considerada apoiadora de Bolsonaro?

Como sempre fui identificada como uma jornalista liberal, as pessoas acabaram me vinculando ao deputado, que, agora, se apresenta como um defensor dos valores da direita. Desde que Bolsonaro assumiu o discurso de conservador, seus seguidores vêm disseminando postagens indevidas.

Pode dar exemplos?

Utilizam minha imagem ao lado da imagem do deputado, sugerindo uma falsa aliança política e ideológica entre nós.

Mais recentemente, foram publicadas notícias falsas dando conta de que eu estaria me filiando ao partido do senhor Bolsonaro para lançar uma possível candidatura ao seu lado. Levei o fato até a assessoria de imprensa do SBT, que logo desmentiu esses boatos. Mas, quando há uma rede de militantes engajados e multiplicadores de fake news na internet, é difícil ver a verdade sobressair às mentiras convenientemente fabricadas por "messias" de ocasião.

Que tipo de ataques recebeu?

Recebi todo tipo de ataque sórdido e covarde. Calúnias e difamações de toda natureza, atingindo desde minha honra como mãe e mulher até a minha credibilidade profissional. Também recebi ameaças de morte contra meus filhos, além de ataques machistas e contra a minha origem nordestina.

Essas agressões cheias de ódio e ressentimento partiram de eleitores e seguidores do senhor Bolsonaro, do filho do parlamentar Carlos Bolsonaro e também do ator pornô e aliado político de Bolsonaro, Alexandre Frota, contra quem já representei penalmente.

Você critica os chamados "messias". Por que acha que eles assumem esse papel? Acredita que algum "salvador" surgirá até outubro?

Espero que não precisemos de qualquer "salvador da pátria", mas que tomemos, nós mesmos, as rédeas de nosso destino político. Acredito que políticos populistas como Bolsonaro, Lula e Maduro (na Venezuela) surgem quando os eleitores não ocupam seu lugar no espectro político, não assumem seu papel como corresponsáveis pelo futuro de seu país e acabam terceirizando essa atribuição ao primeiro demagogo que encontram pelo caminho. Espero que tomemos um rumo diferente do quadro que se apresenta no momento, que nos afastemos dos extremos, da irracionalidade e do ódio.

Hoje você apoia algum candidato a presidente?

Não apoio nenhum candidato, pois não sou cabo eleitoral. Sou uma jornalista independente. Como jornalista e formadora de opinião, não me sinto confortável em declarar meu voto. Seria uma forma indireta de envolver-me na política partidária.

O fato é que nunca tive político nem partido de estimação. Nunca me envolvi na política partidária porque preciso manter a distância necessária para ser independente jornalisticamente. Por não ter amarras politicas, é que sou livre para criticar ou elogiar qualquer político ou legenda —e disso não abro mão.

Onde você se localiza em relação ao espectro político?

Considero-me uma liberal conservadora. Sou defensora das liberdades individuais dos cidadãos, do Estado minimalista, da economia aberta, mas também sou contrária a pautas como a legalização do aborto e a liberação das drogas, por exemplo.

No campo da moral, acredito que as pessoas devam exercer seu livre-arbítrio, até o limite de sua individualidade, sem invadir ou desrespeitar o direito de terceiros.

Há algum tipo de interferência do seu noivo, Matheus Faria, na sua postura crítica a Bolsonaro, como foi apontado por seguidores?

Meu noivo é uma pessoa que vive a política cidadã, não a política partidária. Como eu, ele nunca se aliou a qualquer partido ou político, mas sempre se mostrou um crítico ferrenho de corruptos e populistas, independentemente do espectro ideológico.

Nossa forma de pensar a política é muito parecida, e esse foi um dos motivos pelos quais acabamos nos aproximando. Entre nós, não há uma relação de influenciador e influenciado. Somos adultos e temos nossas convicções bem solidificadas e independentes.

Qual sua expectativa em relação ao resultado do julgamento do ex-presidente Lula no dia 24?

Minha expectativa é que a justiça seja feita, independente de pressões políticas, mas que seja uma justiça serena —sem revanchismos, sem ódios e sem paixões.

Como se sentirá caso venha a noticiar no SBT a confirmação da condenação do petista?

Como jornalista, estarei apenas informando um fato aos telespectadores. Como cidadã, e acreditando na culpabilidade do réu, sentirei que a justiça, enfim, prevaleceu.

CURTO-CIRCUITO

Os médicos José Francisco Kerr Saraiva e Roberto Kalil Filho assumem nesta sexta (19) a diretoria da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo.

Rita Benneditto faz nesta sexta (19) o show "Tecnomacumba - 15 anos de Festa e Fé". Às 21h30, na comedoria do Sesc Pompeia.

com JOELMIR TAVARES (interino), BRUNA NARCIZO, BRUNO B. SORAGGI e JOÃO CARNEIRO

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