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O jornalista Nelson de Sá cobre mídia e cultura na Folha. Escreve de segunda a sexta.
China e Europa cobram podridão, Temer oferece pagar churrascaria
Domingo à noite, a agência Associated Press despachou que Temer "tranquilizou países importadores", "minimizou a investigação" e "convidou os embaixadores para uma churrascaria".
Já a Bloomberg destacou que "investigação cresce e parceiros estudam impacto ". Cita cobranças formais da China, "maior mercado da carne brasileira", da União Europeia, "segundo maior", e dos EUA.
O "Wall Street Journal" enfatiza desde o sábado que o escândalo da carne ameaça lançamento de ações da JBS e venda de parte da BRF. Ouviu de Shin Lai, estrategista da Upside Investor: "Os investidores não têm nenhuma confiança [na JBS]. Qual é a credibilidade? ".
Do "New York Times", depois de descrever a compra de fiscais por funcionários de JBS e BRF: "Os subornos eram canalizados para o Partido do Movimento Democrático Brasileiro de Michel Temer".
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No canal financeiro CNBC, ministro da Fazenda promete acelerar crescimento neste ano |
VAI CRESCER
Em meio ao escândalo da carne, na reunião do G20 na Alemanha, o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central venderam que o Brasil volta a crescer em 2017, em entrevistas para CNBC (imagem reproduzida acima) e "Financial Times". O chefe do BC chegou a prometer "alcançar crescimento de até 3% nos últimos três meses do ano ".
NÃO VAI
A "Forbes" não está convencida. Kenneth Rapoza, que cobre emergentes, diz que a expectativa de crescimento do Brasil, que era de 1% neste ano, acaba de cair para 0,7%. "E mesmo isso se deve mais às commodities, à demanda maior de China, seu grande mercado, Europa e EUA".
O desemprego de dois dígitos e o escândalo "atingindo um terço do Congresso prometem colocar as reformas em compasso de espera".
'MEGA-MARTIN'
Nos EUA, a visita da chanceler Angela Merkel rendeu títulos irônicos como "Líder do mundo livre encontra Trump", no site "Politico".
Na Alemanha, jornais como "Süddeutsche Zeitung" e "Die Zeit" passaram o fim de semana atentos não a Merkel, mas Martin Schulz, o candidato social-democrata que surge como inusitado favorito nas eleições de setembro. Portador de "velhos temas social-democratas", é comparado ao ex-chanceler Willy Brandt (1913-92).
TRUMP VS. FMI
O governo americano, que vetou a defesa de livre comércio no comunicado final do G20, indicou para subsecretário do Tesouro um economista que há 20 anos ataca organizações como o FMI, alerta o "NYT". Seu tema recorrente é criticar a burocracia "ansiosa por resgatar governos gastadores que batem à porta, seja Brasil ou Grécia".
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