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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Melhor que Telê

Felipão completa hoje 50 partidas como técnico da seleção. Ganhou 116 pontos com 36 vitórias. Zagallo tinha 34 vitórias e 115 pontos quando chegou ao jogo 50, a derrota para a Holanda na Copa de 74. Parreira somava 26 vitórias e 96 pontos. Só Vicente Feola é melhor do que Luiz Felipe Scolari e, no seu tempo, havia Pelé e Garrincha.

Há sutilezas estatísticas na lista dos 50, porque Antônio Lopes assinou a súmula na derrota para Honduras e há um jogo contra a Catalunha.

Isso não vai estragar a festa que, para ser completa, precisa da vitória contra o México. Vencer dará um peso extra ao número. Telê Santana tinha 36 vitórias, 9 empates e 5 derrotas em sua 50ª partida. O triunfo fará Felipão melhor do que o mestre do futebol ofensivo.

De tão emblemático, Telê é o único perdedor de um Mundial pela seleção com chance na Copa seguinte. Fora ele, só voltou quem venceu. Zagallo, Parreira, Felipão, Feola... Telê disputou dez partidas de Copa pelo Brasil, ganhou oito, perdeu da Itália, empatou com a França.

Scolari chega a seu nono jogo e pode somar o nono triunfo. O velho dilema entre ganhar como em 1994 ou perder como em 1982 tem uma resposta óbvia, mas poucas vezes admitida.

Melhor é ganhar como em 2002, a única seleção campeã com sete vitórias em sete jogos. Com 18 gols, é também o melhor ataque do Brasil em Mundiais depois do tri em 1970.

Números são apenas números e nem Felipão tem a ilusão de que será tratado como gênio da raça se não ganhar o caneco de 2014.

É estranho pensar que em três das cinco Copas conquistadas o Brasil não ganhou todas as partidas. Empatou com a Inglaterra em 1958 (o primeiro empate das Copas). Empatou com a Tchecoslováquia em 1962 e com a Suécia, em 1994.

Mas um tropeço tira a confiança. Jogando em casa, não tira só do time. Tira do país.

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