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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Papo cabeça

O diagnóstico da comissão técnica sobre o problema que tirou Hulk do jogo contra o México explica muito sobre o que envolverá a semana de treinos em Teresópolis. O exame de imagem não detectou lesão, mas Hulk sentia um incômodo. Alguns preparadores físicos tratam o assunto como pré-lesão. Pensam que o músculo pode romper de verdade, porque a cabeça faz o jogador pensar que sim."Ele não é nenhum doutor. É preciso respeitar de onde ele vem e como se sente", disse um integrante da comissão técnica.

Há suspeitas de que outros problemas do time tenham origem em questões emocionais. Paulinho ficou no banco ou fora dele em cinco dos últimos dez jogos do Tottenham. Oscar terminou a temporada em baixa com José Mourinho. Há tempos Felipão acha que o final da temporada europeia minou a confiança de alguns jogadores.

Era também o caso de David Luiz, escalado como volante a contragosto, no Chelsea. O zagueiro não sentiu o baque.

Felipão vai gastar saliva nesta semana tentando resolver a parte emocional da equipe. A parte tática tem de ser resolvida no campo. O time está treinando pouco.

Se Paulinho precisa de um gol ou de uma assistência para recuperar a confiança, o time necessita que o volante jogue bem para voltar a se sentir forte.

Não pode ser só emocional. É também tático, técnico, é campo! A parte psicológica está relacionada com a inexperiência do time. Os dois craques têm só 22 anos. Thiago Silva chorou no túnel em Itaquera e admitiu que isso interferiu em sua atuação. Ontem, o marfinense Serey Die chorou no hino e depois entregou o ouro contra a Colômbia.

A comissão técnica respeita a emoção. Até Felipão se comove. Só não pode interferir em campo. Copa do Mundo tem de ser cabeça fria e coração quente. A seleção está toda muito caliente.

De hoje até segunda, a cabeça será parte do trabalho.

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