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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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A terceira cicatriz

DE SÃO PAULO

Uma das perguntas mais frequentes da história das Copas é por que a Holanda não venceu a Alemanha na final de 1974. As cicatrizes explicam.

Beckenbauer foi apresentado ao planeta na Inglaterra em 1966, mas era jovem e sua seleção levou a virada na prorrogação contra os donos da casa.

Quatro anos depois, Schnellinger tirou forças de onde não tinha, empatou com a Itália no último minuto, mas levou três gols na prorrogação e perdeu a maior partida da história das Copas. Ficou em terceiro lugar.

Beckenbauer e Netzer tiraram o gosto de derrota da boca ganhando a Eurocopa de 1972. Aquela equipe ficou conhecida como a maior seleção alemã de todos os tempos e, um pouco mexida, começou a disputa de sua Copa em casa.

Beckenbauer nega até hoje ter pedido o afastamento de Netzer, mas não eram amigos. Paul Breitner liderou motim e já confirmou no programa "Bola da Vez", da ESPN, que o time não estrearia na Copa se não resolvesse a pendenga pelo prêmio.

Havia marcas espalhadas pelos corpos daquela seleção vencedora contra a encantadora Holanda, que voltava à Copa depois de 36 anos de ausência e só porque o árbitro não validou um gol legal de Verheyen, da Bélgica, nas eliminatórias. Se o juiz não errasse, Cruyff jamais disputaria um Mundial.

O maior perigo da semifinal contra a Alemanha é esse. Jamais uma seleção perdeu três semifinais seguidas e esta geração de Lahm, Schweinsteiger, Klose, Podolski e Mertesacker já caiu nesta fase duas vezes. Todos estes estavam em 2006 e mais Kroos, Neuer, Boateng, Thomas Müller, Khedira e Özil em 2010.

Terça (8), será preciso dosar a juventude e saber a hora certa de acelerar e trocar passes. Essa medida às vezes a seleção não tem. Quem vencer será a seleção mais vezes finalista de Copas -hoje há empate 7 x 7. A Alemanha sempre morre de medo do Brasil.

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