É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
e segundas-feiras.
Sinais de vida no país vizinho
Juan Carlos Osório uniu-se a Diego Aguirre e, sem medo da verdade, proferiu em sua primeira entrevista coletiva depois da estreia pelo São Paulo uma frase que pode gerar cobranças: "O São Paulo tem time para ser campeão brasileiro." Num país em que todo dia alguém diz que precisa de reforços, Osório escancarou que contratar novos atletas não é premissa para ser campeão.
Em breve, quando conhecer o futebol do Brasil a fundo, talvez diga que a chegada de reforços depois da sexta rodada do Brasileirão é, ao contrário, sinal de que não se pode ganhar o título.
Há duas semanas, Diego Aguirre, técnico uruguaio do único time brasileiro semifinalista da Libertadores –o Internacional– foi questionado sobre a necessidade de seu time contratar. Respondeu: "Não! Nesta época do ano, meus jogadores são os melhores do mundo."
Com as demissões de Marcelo Oliveira do Cruzeiro e a saída de Muricy Ramalho do São Paulo, o Brasileirão voltou a ter só dois técnicos no cargo há mais de um ano.
Só Eduardo Baptista, do Sport, e Levir Culpi, do Atlético-MG. Nenhum dos dois lidera o campeonato, mas ambos os times ocupam atualmente lugares na parte nobre da tabela de classificação.
Não é sempre assim.
Juan Carlos Osório e Diego Aguirre estão há pouco tempo no Brasil e ainda não foram contaminados pela célebre frase "precisa de reforços". Há décadas, técnicos, dirigentes, jornalistas e torcedores repetem esse mantra como a solução de todos os problemas.
O Flamengo contratou Armero e liberou-o para a seleção da Colômbia, contratou Guerrero que está na seleção do Peru, pretende assinar com Emerson Sheik, Alan Patrick e Ayrton nesta semana.
Todos juntos estarão à disposição na 12ª rodada. Hoje, antes da sétima, o Flamengo já tem 14 pontos perdidos.
Se o novo time sobrevivesse até o início do campeonato de 2016, poderia significar chance de título. Não sobreviverá.
Osório estreou mantendo a estrutura do São Paulo, montada por Muricy, seguida por Milton Cruz. Elogiou os antecessores, mas falou sobre a chance de montar uma equipe com três zagueiros e três atacantes nas próximas semanas –veja as ilustrações.
Será uma contribuição, mas não a principal. Osório e Aguirre trazem ao Brasil um lembrete que há tempos deveria ter sido incorporado ao manual de como formar um time vencedor.
Recordaram-nos de que é preciso montar o elenco no início da temporada e, no máximo, fazer ajustes finos durante o ano.
São Paulo, Atlético-MG e Internacional são raros exemplos de times grandes que não estão em obras. Ainda não ocupam os três primeiros lugares da tabela de classificação, mas já são candidatos fortes a ocuparem as posições de elite daqui a algumas semanas.
JOGO INSOSSO
Enfrentar o México antes da Copa América podia ser bom. Não foi. Clima tão amistoso que pouco se viu. O técnico Miguel Herrera, o mesmo da Copa, garante que o México ficará entre os três. Então jogará mais que ontem. O Brasil jogou melhor nas vitórias anteriores. De bom, a estatística de Dunga.
NOVO CORINTHIANS
Ponto para Tite é definir a nova formação do Corinthians. Isso pode ajudar uma equipe que não tem objetivo, porque poucos jogadores sabem o que vai acontecer até o final do ano. Mas, com 10 pontos conquistados até agora, o Corinthians segue na briga pelo título do Campeonato Brasileiro.
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