É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
e segundas-feiras.
Sintonia fina
O São Paulo está diferente. Não brilha, mas controla seus jogos. Teve chance de vencer o jogo contra o Atlético, dez dias atrás, e foi melhor do que o Corinthians no clássico de ontem.
Bom clássico!
Tanto que é possível discutir a hegemonia tricolor, pelo número de chances para o Corinthians marcar. Nos contra-ataques, principalmente no primeiro tempo, o Corinthians explorou muito bem as costas dos laterais Bruno e Carlinhos.
O ajuste defensivo do São Paulo precisa acontecer exatamente nesse setor. Trata-se de sintonia fina. Juan Carlos Osório escalou sua equipe pela terceira partida nas últimas quatro com três zagueiros e uma linha de quatro homens no meio-de-campo.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Desde a primeira passagem de Muricy, entre 2006 e 2009, o tricolor não variava taticamente para o 3-5-2. Agora, Osório muda o time durante os jogos e exige polivalência.
Michel Bastos começou como meio-campista e passou para a lateral esquerda depois da substituição de Carlinhos.
Breno voltou a jogar depois de quatro anos e entrou escalado como volante. Osório manteve Luís Eduardo, Lucão e Rafael Tolói na defesa. Luís Fabiano jogou bem e fez seu décimo gol em 17 clássicos. As trocas de posições e de sistemas podem fazer o São Paulo ser bem mais forte a médio prazo.
Por enquanto, ainda abrem espaços nas costas dos laterais, como na jogada do segundo gol do Atlético, dez dias atrás, e como em três contra-ataques do Corinthians na primeira etapa do clássico –o gol de Luciano foi assim.
O Corinthians segue sua sina. Tem dificuldade para prender a bola no ataque e, por isso, sofre pressão por mais tempo do que deveria. Tite já mudou Vagner Love, mas Luciano também não segura os zagueiros para os meio-campistas chegarem.
Houve bons momentos, principalmente os criados por Renato Augusto, destaque individual da equipe de Tite. Numa de suas jogadas, dois dribles e finalização de meia distância, Renato Augusto quase fez 2 x 1 no início da segunda etapa.
Falta um pouco mais de agressividade para o Corinthians não perder pontos quando o Atlético escorrega. No Serra Dourada, uma finalização de Erik, no começo do segundo tempo, poderia ter dado a vitória ao Goiás e deixaria o Corinthians só um ponto abaixo do líder. Nas duas rodadas finais do primeiro turno, o Corinthians receberá o Sport e visitará o Avaí. O Atlético joga contra o Grêmio no Mineirão e Chapecoense em Santa Catarina.
A tendência é a vantagem atleticana se manter, não se alargar. Ano passado, o Cruzeiro terminou o turno sete pontos à frente do São Paulo, vice-líder. Em 2013, era de quatro pontos a distância entre campeão e vice do turno. Desta vez, a lógica é manter a distância de dois pontos no fim da primeira metade, domingo que vem.
BOM JOGO, MAU RESULTADO
O Palmeiras começou pessimamente e mereceu sofrer o primeiro gol cedo. Depois, reagiu. Marcou melhor e prendeu a bola no ataque, especialmente depois da entrada de Cristaldo. Empatou a partida, criou chance para marcar o segundo, mas deu espaço. Alisson construiu as jogadas dos gols e superou Lucas no segundo. Também vacilou Victor Ramos, ainda pesado. O futebol apresentado no segundo tempo mantém o projeto Libertadores.
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