Jornalista formada pela USP, escreve sobre economia e política às sextas-feiras.
Eles vão conseguir trabalhar juntos?
Um mês depois da eleição, é provável que finalmente o país conheça a nova equipe econômica nesta semana. As especulações apontam para a indicação de Joaquim Levy, ex-secretário do Tesouro na época de
Antonio Palocci, para o ministério da Fazenda.
Se ele realmente for nomeado, será uma guinada importante. Levy é um liberal convicto, basicamente contra tudo que está aí: farra fiscal, controle de preços, inflação no topo da meta. E não aceitaria o posto sem garantias de que vai poder fazer o seu trabalho.
Pressionada por Lula, Dilma repete a receita que deu certo para seu padrinho político em 2003: um liberal na Fazenda e um economista mais alinhado ao PT no Ministério do Planejamento. Na época de Lula, a dobradinha era Palocci e Guido Mantega. Agora tudo indica que será Levy e Nelson Barbosa.
A presidente vai ficar devendo um comando mais forte para o Banco Central. Lula entregou a tarefa a Henrique Meirelles, enquanto Dilma deve manter um enfraquecido Alexandre Tombini no cargo. Afinal, Lula é Lula e Dilma é Dilma.
E é exatamente isso que preocupa. Como será o relacionamento entre Levy, Barbosa e Dilma? Levy e Barbosa são talentosos, têm personalidade forte e gostam de participar das decisões. Lula se rodeava de gente assim e conseguia manejar a todos. Já Dilma não sabe delegar e é obsessiva em controlar tudo.
Será que os três - Levy, Barbosa e Dilma - vão conseguir trabalhar de forma harmoniosa? É possível e o resultado será muito produtivo. Mas a convivência também pode ser um desastre, paralisando o governo. De acordo com um interlocutor da coluna que conhece a todos, os dois cenários são possíveis.
Tomara que eles tenham sucesso - para o bem do país.
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