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rodolfo landim

 

17/08/2012 - 03h00

Exemplos olímpicos

Os Jogos Olímpicos terminaram e, a partir de agora, é nossa a responsabilidade de proporcionar ao mundo um espetáculo grandioso e perfeito em todos os aspectos, como o que testemunhamos em Londres. Quem viveu de perto os Jogos Olímpicos sabe que o desafio de repetir a tarefa será enorme.

Foram 17 dias durante os quais tudo funcionou com a pontualidade britânica, em clima de paz e harmonia e sob um forte esquema de segurança, numa clara demonstração do que a vontade política e o trabalho em equipe são capazes de produzir.

O resultado da Olimpíada nos deixa outros importantes ensinamentos, que servem não só para a tentativa de melhoria do nosso desempenho esportivo em 2016 como também para a vida das empresas e das instituições.

Hoje, temos um Comitê Olímpico mais bem estruturado do que há anos e também mais recursos aplicados na preparação de nossos atletas. Mas, se analisarmos o desempenho de Londres em termos de número de medalhas, veremos que ele foi muito semelhante ao de Pequim em 2008 --três medalhas de ouro, cinco de prata (quatro em Pequim) e nove de bronze (oito).

A realidade é que a competitividade é medida tanto pelo desempenho absoluto como pelo relativo --e não adianta apenas melhorar. A busca da excelência nos obriga a evoluir não só para tirar a diferença hoje existente em relação a nossos principais adversários como para superar as marcas que eles atingirão, já que certamente continuarão trabalhando.

Um bom exemplo foi a prova de revezamento 4 x 100 metros, masculino, no atletismo. Os jamaicanos assombraram o mundo, atingindo a incrível marca de 37s10 na prova final de Pequim.

Os americanos, que sempre foram fortes concorrentes nas provas masculinas de curta distância, foram para a final em Londres e correram a distância em 37s04, numa demonstração de enorme melhora de performance, inclusive igualando o recorde mundial, que havia sido batido pela equipe da Jamaica em setembro de 2011. Mas, infelizmente para eles, os jamaicanos, com o tempo de 36s84, quebraram novamente o recorde mundial e levaram a medalha de ouro.

A dinâmica do mundo em que vivemos é bem retratada por Lewis Carroll em uma passagem do seu livro "Alice no País do Espelho". Nela, Alice estranha o fato de estar andando depressa por muito tempo ao lado da Rainha Vermelha e a paisagem não mudar.

Quando explicou à Rainha que, no lugar onde vivia, ao se deslocar rápido chegava a um lugar diferente, ouviu a seguinte resposta: "Mas que país lento esse de onde você veio! Por aqui é necessário correr com o máximo de velocidade somente para permanecer no mesmo lugar. Se você quiser chegar a algum outro ponto, deverá correr pelo menos com o dobro da velocidade!".

Mas, se temos um exemplo de excelência a ser seguido, este é, sem dúvida, o voleibol --tanto o masculino quanto o feminino. Com ele não só chegamos ao topo como, mais difícil ainda, temos nos mantido entre as grandes potências há muitos anos, além de sermos considerados referência mundial.

Ao observarmos as características que envolvem o trabalho que vem sendo realizado, veremos que elas se assemelham aos fatores críticos que levaram inúmeras empresas ao sucesso. Ambas as comissões técnicas são muito competentes e suas equipes são lideradas por profissionais carismáticos, que, profundamente estudiosos, valorizam a incessante busca pela perfeição.

O trabalho em equipe é valorizado. Não existe espaço para estrelismo nem para indisciplina. O que realmente conta na escalação da equipe é a meritocracia. Inovar e renovar é parte do processo natural e, assim, o sucesso tem continuado.

Mas não foi fácil chegar à excelência. Foram necessários vários anos de organização, de planejamento e de trabalho de aperfeiçoamento continuado, o que parece ser uma barreira intransponível para vários esportes e para variados casos no setor empresarial.

rodolfo landim

Rodolfo Landim, 55, engenheiro civil e de petróleo, é presidente da Ouro Preto Óleo e Gás e sócio-diretor da Mare Investimentos. Trabalhou na Petrobras, onde, entre outras funções, foi diretor-gerente de exploração e produção e presidente da Petrobras Distribuidora. Escreve, às sextas-feiras, a cada duas semanas, em 'Mercado'

 

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