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ronaldo lemos

 

18/02/2013 - 03h20

Entenda como se lança uma tendência na música hoje

Quem acompanha a reinvenção da indústria musical deveria prestar atenção nos projetos do produtor Diplo.

Responsável por sucessos planetários como "Paper Planes", da M.I.A., ele é um dos principais estrategistas sobre como lançar tendências sonoras em tempos de internet.

Por exemplo, seu selo Mad Decent está bombando um estilo musical chamado trap, que mistura vocais de rap com variações de house em até 170 batidas por minuto.

Surgido em 2004 sem alarde, o trap vive uma nova onda, lançando DJs como Gucci Mane e Swisha House.

Como isso aconteceu? Diplo vem testando, por tentativa e erro, a forma de catapultar cenas.

Ao identificar uma "tendência", seu selo logo solta um "mixtape" na rede, compilação não oficial de músicas (quase um "pirata" antes dos próprios piratas).

Em seguida, vídeos inundam o YouTube mostrando a empolgação das festas e seu público.

Por fim, uma peça inovadora: um documentário é produzido pelo próprio selo, explicando os detalhes para "formadores de opinião", como blogueiros e jornalistas.

No trap, o documentário chama-se "Certified Trap" (veja aqui: bit.ly/PJY5Yd). A cena logo ganha verbete na Wikipédia (ela é uma das principais formas de divulgação para novos artistas).

Essa mesma fórmula "mixtape-YouTube-documentário" está em várias outras cenas. O techno venezuelano chamado Tuki lançou o filme "Quién Quiere Tuki?" (bit.ly/UBr8Qu). Até o funk ostentação de São Paulo soltou documentário homônimo (aqui: bit.ly/QCVINt, já com 600 mil visualizações).

Parece ficção. O documentário é profecia que se autorrealiza: documenta a cena antes mesmo de ela acontecer.

ronaldo lemos

Ronaldo Lemos é diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro e do Creative Commons no Brasil. É professor de Propriedade Intelectual da Faculdade de Direito da UERJ e pesquisador do MIT Media Lab. Foi professor visitante da Universidade de Princeton. Mestre em direito por Harvard e doutor em direito pela USP, é autor de livros como 'Tecnobrega: o Pará Reiventando o Negócio da Música' (Aeroplano) e 'Futuros Possíveis' (Ed. Sulina). Escreve às segundas.

 

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