sandro macedo
Cervejas
Jornalista, foi editor do 'F5', da 'Folha Corrida' e repórter de bares do 'Guia Folha'. Escreve aos domingos.
Cerveja de cinema
Um dos drinques mais famosos do mundo, o dry martini deve parte de sua cota de sucesso à Bond, James Bond. Difícil mensurar o quanto a franquia fez pelo clássico coquetel, mas certamente o ajudou a atravessar as décadas.
Mas não dá para salvar o mundo por mais de 50 anos só na base do dry (batido ou mexido). No período, o agente com licença para matar também demonstrou sua apreciação por saquê, uísque e outros destilados. E, finalmente, na pele de Daniel Craig, 007 aderiu à cerveja. Homem de gosto refinado, era de se imaginar que o agente degustasse uma cerveja artesanal talvez de algum país escandinavo, ou ao menos a tradicional pint de pale ale inglesa. Nada disso. Desde o filme anterior, "Skyfall", Bond afoga as mágoas com a holandesa Heineken, uma das pilsen mais vendidas do mundo.
Ao contrário do coquetel, a cerveja pagou caro para ter o agente secreto como garoto-propaganda. A campanha global em torno de "Skyfall", incluindo o merchandising dentro do filme, saiu pela bagatela de US$ 85 milhões (quase metade dos US$ 200 milhões de custos da produção). Agora, com "007 contra Spectre", a Heineken desembolsou mais US$ 100 milhões, que incluem um comercial estrelado por Daniel Craig e, novamente, um discreto merchandising no longa –discreto, mas importante, afinal, a cerveja ajuda o espião a descobrir uma passagem secreta. Um brinde ao roteirista.
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Daniel Craig, o 007, aderiu à cerveja. Desde "Skyfall", Bond afoga as mágoas com Heineken |
Em "Philomena" (2013), o protagonista já fazia uma descoberta fundamental na trama ao tomar um copo de Guinness. O destaque da cerveja no cinema, no entanto, continua irrisório. Ainda mais comparado a outras bebidas. O uísque teve recentemente o simpático "A Parte dos Anjos", de Ken Loach. Mas é o vinho quem tem harmonizado melhor na tela grande, com títulos como o divertido "O Julgamento de Paris" (2008) e o premiado "Sideways –Entre Umas e Outras" (2004), para ficar apenas em dois exemplos. A cerveja, por enquanto, só pagando.
MONDIAL DE LA BIÈRE
De quinta (19) a domingo (22), o Rio recebe a terceira edição do Mondial de la Bière, com cerca de 800 rótulos (200 internacionais) divididos em 112 expositores. O ingresso custa R$ 50 para um dia ou R$ 140 para todos os dias do evento, que será realizado no Píer Mauá (mondialdelabiererio.com ).
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