Tostão

Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Tostão

Nós temos Neymar

Foi bela a festa de abertura. A Croácia dificultou bastante, mas o Brasil venceu, graças a Neymar, a Oscar e ao erro absurdo do árbitro. Será que, inconscientemente, por causa da expulsão de Felipe Melo, na Copa de 2010, ele quis agradar ao Brasil? Vão aumentar as crenças, as suposições e as paranoias de que, se apertar, na dúvida (nesse lance, não houve dúvida), a seleção brasileira será beneficiada.

Faltou ao Brasil um Modric no meio-campo. Ele joga demais. Os lances perigosos, como o gol, saíram de jogadas pelas laterais, especialmente em cima de Daniel Alves. Como todos os outros times vão bloquear os avanços dos laterais brasileiros, como fez a Croácia, será que Maicon, por marcar melhor, não seria a melhor opção? Luiz Gustavo e a zaga atuaram bem.

Já Hulk, Fred e Paulinho foram mal. Fred quase não pegou na bola. Oscar foi excepcional, no ataque, na marcação e ainda fez um gol, no contra-ataque, após uma bela defesa de Júlio César. Ainda bem que temos Neymar.

A vitória e a atuação do Brasil não mudam em nada os prognósticos para a Copa. Quando questiono o excessivo otimismo, às vezes, a prepotência de achar que é impossível perder a

Copa em casa, não digo isso porque os jogadores podem diminuir a vibração. Isso nunca vai ocorrer. Quero apenas salientar que a seleção, mesmo sendo a maior favorita, não é nenhuma maravilha. Não será uma grande surpresa se o Brasil perder.

Se existem outras três seleções fortes (Argentina, Espanha e Alemanha), além de outras, que têm pouquíssimas chances de ser campeãs, deduzo, mesmo sendo um péssimo estatístico, que as possibilidades de o Brasil ganhar o título são menores que 50%.

Tenho também a sensação e a vontade de afirmar que o Brasil será campeão, mas o futebol e a vida me ensinam que essa certeza é mais fruto do desejo e da onipotência do pensamento.

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