Tostão

Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Faltou mais talento

O México foi melhor coletivamente, trocou mais passes, mas as melhores chances foram do Brasil. O goleiro mexicano foi um dos destaques da partida. Júlio César não precisou fazer uma grande defesa.

Mais uma vez, o Brasil não teve meio-campo. É defesa e ataque. Luiz Gustavo protege os defensores (fez mais uma ótima partida) e Paulinho não aparece para receber a bola. No intervalo, deveria ter entrado um armador (Willian, Hernanes ou Fernandinho), e não um atacante (Bernard). O time depende demais de jogadas aéreas e, principalmente, de lances individuais, estocadas, quase sempre com Neymar.

Paulinho, Oscar, Fred, Ramires e Bernard atuaram muito mal. Jô se movimentou mais que Fred. Daniel Alves foi discreto. Já Thiago Silva, David Luiz, Luiz Gustavo, Marcelo e Neymar, mesmo longe de seus melhores momentos, atuaram muito bem. Hulk fez falta.

O time mexicano foi superior à Croácia. Marcou melhor do que eu esperava. O México chegou com facilidade à intermediária e finalizou muitas vezes de fora da área, com perigo. Os dois atacantes foram anulados pela zaga brasileira.

A atuação do Brasil foi regular, como contra a Croácia. Continuamos fortes candidatos ao título. Mas o time não pode depender tanto de Neymar nem achar que basta ser guerreiro e cantar, com força, o hino nos jogos mata-mata. É necessário mais talento e fantasia.

Foi mais um bom jogo, apesar do 0 a 0. Está, na média, excelente o nível técnico da Copa. Não é surpresa. É o futebol que vemos nos principais campeonatos europeus, onde se concentram os melhores jogadores do mundo. É um jogo rápido, coletivo, com vários excepcionais jogadores, com muita troca de passes e também com muitos gols de jogadas aéreas. O torcedor que só acompanha os times brasileiros está adorando ainda mais. Descobriu um novo futebol.

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