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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Dilema de Felipão

O Brasil não vai ganhar da Colômbia somente na raça e no hino nem somente na técnica e na tática. A Colômbia possui bons jogadores, como em outras épocas, com a diferença de que o time atual é mais disciplinado taticamente, mais seguro. O fato de a Colômbia ser mais técnica e menos aguerrida que o Chile não significa que seja mais fácil. Não dá para fazer esse prognóstico.

Felipão vive um dilema. Se colocar Oscar no meio-campo, para preencher o vazio, vai faltar alguém pelo lado, para marcar o avanço do bom lateral colombiano, já que o técnico brasileiro quer Neymar pelo centro e perto do gol. Uma opção, ensaiada por apenas 30 minutos, para ser usada durante a partida, é colocar Hulk e Neymar na frente, com Oscar vindo de trás. Entraria Henrique, para ser um terceiro zagueiro ou para fazer a função de Luiz Gustavo, formando, com Fernandinho e Paulinho, um trio no meio.

Repito, com Hulk e Neymar, dois atacantes agressivos e artilheiros, não haveria necessidade de ter um centroavante apenas finalizador. Já a Alemanha sente muita falta de um centroavante, de um Klose mais jovem, já que o único atacante artilheiro é Müller. No passado, um meia habilidoso e fino para jogar, como Götze, era chamado de Armandinho, barbantinho, por fazer maravilhas com a bola, mas não sair do lugar e finalizar pouco. Evidentemente, é um exagero rodriguiano.

Entre as grandes atrações do clássico entre França e Alemanha, duas me encantam. A primeira foi o show, a aula de Neuer, contra a Argélia, sobre como um goleiro deve jogar na cobertura dos zagueiros adiantados. A segunda são os dois meio-campistas. Pogba parece um bailarino. Contraria a lei da física, a do movimento e do equilíbrio de um corpo. Ele dá a impressão de que vai cair, que não vai dominar a bola, mas consegue, com muita técnica e leveza.

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