Médico e ex-jogador, é um dos heróis da conquista da Copa de 1970. Afastou-se dos campos devido a um problema de descolamento da retina. Escreve às quartas-feiras
e aos domingos.
Os fantasmas existem
Tite, com seu rigor tático, uma virtude, desde que não iniba a criatividade e a improvisação, queria transformar Lodeiro em um Jorge Henrique melhorado, para atuar pelos lados. Jadson, que estava na reserva, é superior a Lodeiro e a Jorge Henrique, mas não é esse tipo de jogador. É um meia clássico, pelo centro.
Como, hoje, o Corinthians vai pressionar desde o início, os três meias atuarão a maior parte do tempo no campo do adversário, sem precisar de tanto rigor na marcação pelos lados.
O Corinthians tem de conseguir uma boa vantagem para não se amedrontar com o fantasma do Tolima no jogo de volta. Os fantasmas existem e incomodam mais que os vivos.
PROVOCAÇÕES
Um repórter do jornal "El País", de Madri, lembrou-me que Neymar gosta muito mais do confronto individual que Romário, Ronaldo, Ronaldinho e Rivaldo, que também brilharam no Barcelona. Neymar, sem querer querendo, irrita o adversário com seu repertório enorme de dribles. Diferentemente de Messi, que é muito marcado, porém, sem violência, os adversários adoram derrubar e provocar Neymar.
Em todos os jogos, cria-se um atrito, que pode ser bom para Neymar, pois, quanto mais faltas sofre, mais dribla e joga melhor, ou ruim, pelos riscos de contusões, expulsões e de se tornar antipático a todos os rivais.
Neymar acrescentou muito com seu talento e velocidade nos contra-ataques. O Barcelona não é mais apenas o time de troca de passes e de infiltrações em pequenos espaços, para fazer gols. No contra-ataque, Messi tem dado passes espetaculares para Neymar, atrás dos defensores. O grande desafio do técnico Luis Enrique é manter o excepcional trio de atacantes, com Messi, Neymar e Suárez, sem fragilizar a marcação, quando enfrenta grandes equipes.
ÚLTIMA CHANCE
No documento final sobre o refinanciamento das dívidas dos clubes, que está sendo discutido em Brasília, com as contrapartidas relevantes e necessárias, é essencial, para ficar claro, claríssimo, que, se continuarem irresponsáveis e não cumprirem o combinado, o governo, além de aplicar as penalidades, não faça nada para evitar que os clubes quebrem, seja quais forem. Deveria ser a última chance.
CRISE DO PASSE
Independentemente da colocação final do Brasil no Sul-Americano Sub-20, o time é um retrato da crise do passe, como bem disse Carlos Eduardo Mansur, no "Redação SporTV".
É mais que uma crise. É nosso estilo de jogar nos últimos tempos, com excesso de bolas longas, aéreas, chutões, estocadas isoladas e individuais. Raramente se trocam três passes. E ainda temos de escutar Gallo dizer que a equipe joga um futebol moderno.
IRONIA
Um leitor me perguntou se foi ironia minha exaltação aos Estaduais. Pensei que era óbvio. Ironia e piada não se explicam. Perdem a graça.
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