Dependência agrícola não é exclusividade brasileira. A balança comercial dos Estados Unidos, a maior economia do planeta, também depende, cada vez mais, dos produtos agrícolas.
Em 2009, as exportações agrícolas norte-americanas representavam apenas 7% da de produtos não agrícolas. No ano passado, essa taxa já era de 11%, conforme dados da do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
O caso dos Estados Unidos não é diferente do Brasil. O crescimento da demanda mundial por alimentos turbina as exportações agrícolas. As exportações norte-americanas de produtos agrícolas eram de US$ 51 bilhões em 2000, subiram para US$ 98 bilhões em 2009 e para US$ 150 bilhões no ano passado.
A importância da agropecuária no saldo comercial norte-americano fica evidente nos números da balança.
Em 2009, o saldo agrícola era de US$ 12 bilhões, enquanto a balança comercial total do país teve deficit de US$ 505 bilhões. Em 2014, o saldo agropecuário subiu para US$ 39 bilhões, e o deficit total da balança do país foi a US$ 950 bilhões.
Assim como no Brasil, a soja tem papel importante no saldo norte-americano. De outubro do ano passado a abril deste ano, as exportações do complexo soja (grãos, farelo e oleo) somaram US$ 23,4 bilhões. Desse volume, US$ 19,2 bilhões vieram das exportações de soja em grãos. Já as vendas de farelo somaram US$ 3,7 bilhões. O ano fiscal dos EUA vai de outubro a setembro.
Embora a participação da soja seja importante nas exportações, houve queda nas receitas deste ano fiscal de 2014/15. No mesmo período anterior, as exportações estavam em US$ 26,7 bilhões.
Dados desta segunda-feira (8) do Ministério da Agricultura do Brasil também apontam a importância da agropecuária na balança comercial.
As exportações do setor somaram US$ 91,4 bilhões nos últimos 12 meses até maio. O montante ainda é importante na balança comercial, mas, devido à queda externa dos preços das commodities, esse valor fica 7% inferior ao de igual período anterior.
O complexo soja rendeu US$ 27,3 bilhões de junho do ano passado a maio deste ano. Em igual período anterior, as receitas brasileiras atingiram US$ 33,4 bilhões.
Carnes em alta A escassez na oferta de boi pronto para abate provocou nova alta nos preços. No mercado paulista, a arroba do animal foi a R$ 150, segundo acompanhamento de preços da Informa Economics FNP.
Em 12 meses Ao voltar para esse patamar, a arroba de carne bovina acumula alta de 22% em relação aos preços de igual período do ano passado, segundo a Informa.
Frango O preço da ave viva também reagiu nas granjas paulistas, ao subir para R$ 2,35 por quilo, de acordo com a assessoria JOX. Ao atingir esse preço, o frango acumula valorização de 12,3% em 12 meses.
Exportações Se o preço da carne sobe no mercado interno, o mesmo não ocorre no externo. A tonelada de carne bovina esteve a US$ 4.321 neste início de mês, 10% menos do que em junho de 2014.
Frango Já a tonelada de carne de frango "in natura" foi negociada a US$ 1.734, com queda de 15% em relação a junho de 2014.
Suíno O maior recuo ficou para a carne suína. Negociada a US$ 2.576 por tonelada, teve queda de 36% no período, segundo dados da Secex.
Produtividade A produção média de 3.300 quilos de soja por hectare deverá elevar a produção da oleaginosa para o recorde de 61 milhões de toneladas na Argentina, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires. No Brasil, a produtividade é de 3.011 quilos, informa a Conab.
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