Vaivém das Commodities
Por Mauro Zafalon
Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.
Pecuária prioriza produção de bezerros e vende menos fêmeas
Pierre Duarte/Folhapress | ||
Gado da raça nelore criado em Colina (SP) |
A produção nacional de carnes —incluindo bovinos, suínos e frango— somou 6,2 milhões de toneladas no segundo trimestre deste ano, 4% mais do que em igual período do ano passado.
Preços favoráveis e demanda externa em alta imprimiram um ritmo maior ao setor.
Os dados do IBGE, entidade responsável pela pesquisa de abate, apontam uma mudança na tendência de abates no setor de bovinos.
Pelo terceiro trimestre seguido, há uma queda no abate de fêmeas e aumento no de bois.
Isso ocorre porque a alta da carne incentiva o pecuarista a segurar as vacas para aumentar a produção de bezerros. Em junho, a arroba de boi gordo atingiu R$ 157, em média, 7,5% mais do que no mesmo mês de 2015.
No início de abril último, a arroba atingiu o valor recorde de R$ 159,5, conforme dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
Foram abatidos 15 milhões de bovinos no primeiro semestre do ano.
O acompanhamento do IBGE indica abate de 10,5 milhões de suínos no segundo trimestre, um número nunca atingido antes. A evolução do período foi de 8% ante os números do segundo trimestre do ano passado.
O abate de frango também avançou, atingindo 1,5 bilhão de animais, 6,5% mais do que de abril a junho de 2015.
As exportações dos três segmentos de carnes "in natura" atingiram 1,56 milhão de toneladas no segundo trimestre deste ano, 14% mais do que em igual período do ano passado.
A avicultura domina em volume —1,12 milhão de toneladas—, mas o maior percentual de crescimento é da carne suína: mais 38%.
O número de couros adquiridos pelas indústrias e o de abates de bovinos apontam um desencontro.
No primeiro semestre deste ano foram abatidos 15 milhões de animais sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária. Já a comercialização de couros bovinos somou 17 milhões de unidades no período.
Há uma diferença de 2 milhões de unidades entre os animais abatidos com serviço de inspeção e o volume de couro comercializado.
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Inflação Os preços dos produtos agropecuários subiram 0,21% neste mês, conforme o IGP-10 da FGV. Com isso, o acumulado do ano sobe para 17,4%, ante 17,1% em agosto.
Leite e carnes A evolução média dos preços em 12 meses atingiu 27,4%, segundo a FGV. Neste mês, as pressões vieram de leite, carne bovina e mandioca.
Cana A moagem de cana-de-açúcar atingiu 394 milhões de toneladas neste ano, 6% mais do que no ano passado.
Mais açúcar A produção total de etanol está estável, em 16,5 bilhões de litros. Já a de açúcar subiu 17%, para 22,4 milhões de toneladas.
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