Vaivém das Commodities
Por Mauro Zafalon
Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.
JBS passa a pagar a pecuaristas só a prazo, e frigorífico menor ganha força
Mauro Zafalon - 10.jul.15/Folhapress | ||
Gado em confinamento em fazenda em MT |
A JBS mudou o modelo de comercialização na compra de gado.
A empresa comunicou aos pecuaristas de algumas regiões que não está mais fazendo pagamentos à vista pelo gado adquirido, mas apenas a prazo.
O produtor tinha a opção de vender a prazo ou à vista, mas, agora, só terá a primeira opção em regiões onde existem apenas unidades frigoríficas da JBS.
A comercialização de gado, quando feita a prazo, tem o pagamento em 30 dias.
A mudança de atitude da empresa vai levar mais pecuaristas para os pequenos e médios frigoríficos. E essa tendência deve ser intensificada se a Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso) conseguir ser atendida pelo governo do Estado em duas reivindicações dos pecuaristas.
Em uma delas, a Acrimat quer que o governo de Mato Grosso, principal produtor de carne bovina do país, adira ao Sisbi (Sistema de Inspeção de Produtos de Origem Animal).
O órgão padroniza e harmoniza os procedimentos de inspeção de produtos de origem animal para garantir a inocuidade e segurança alimentar.
Luciano Vacari, diretor-executivo da Acrimat, diz que, com isso, as carnes com inspeções municipal, estadual ou federal poderiam ser comercializadas no país todo.
O objetivo dessa equiparação é elevar o padrão das inspeções municipais e estaduais às da esfera federal. Essa equiparação dos serviços nas três esferas abriria mais espaço para os pequenos e médios frigoríficos, acrescenta. "É um fortalecimento da comercialização regional."
Outro pedido da Acrimat para o governo é a isenção de ICMS (hoje em 7%) para a transferência de gado em pé do Estado para outras unidades da Federação.
O fim da taxa eliminaria as dificuldades de comercialização que muitas regiões têm atualmente.
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Açúcar - O contrato de julho foi negociado a 15,87 centavos de dólar por libra-peso nesta terça-feira na Bolsa de commodities de Nova York, 3,88% menos do que no dia anterior.
China - A queda se deve à elevação da taxa de importação do produto pela China. Os chineses são um dos principais mercados importadores do produto, enquanto o Brasil é o maior exportador.
Soja - O ritmo bom do plantio nos Estados Unidos e a realização de lucros por parte de muitos investidores na Bolsa de Chicago empurraram os preços da soja para baixo.
Quanto cai - O primeiro contrato no mercado futuro foi negociado a US$ 9,48, com recuo de 1%. A queda em uma semana foi de 3%.
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