Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities

O excepcional ano de 2017 da agricultura e da pecuária refletiu na balança comercial brasileira. A produção de grãos foi recorde e a de carnes, apesar dos sérios problemas ocorridos no setor durante o primeiro semestre, permitiu um ritmo acelerado às vendas externas.

Os dez principais produtos da agropecuária geraram receitas de US$ 77,4 bilhões no ano passado, 15% mais do que em 2016. Apenas esses produtos foram responsáveis por 36% das receitas totais do país com as exportações.

O bom desempenho de 2017 poderá não se repetir em 2018. Um novo aumento de receitas terá de vir dos preços externos e não de volumes. As primeiras estimativas de produção indicam recuo na safra brasileira neste ano. Já as perspectivas para os preços externos, devido à oferta crescente de alimentos, também não são de elevação.

Qualquer interferência climática em uma das regiões produtoras, no entanto, muda completamente o cenário para o agronegócio.

LÍDER

Em 2017, o complexo soja (grãos, farelo e óleo) voltou a liderar a balança comercial brasileira. Safra elevada e demanda externa aquecida foram responsáveis pela entrada de US$ 31 bilhões no país. Esse valor supera em 25% o do período anterior.

A participação da soja foi intensa na balança durante todo o ano de 2017. O produto obteve a terceira posição entre os itens mais exportados no mês passado, um período de vendas externas tradicionalmente fracas. Em dezembro de 2016, a soja havia atingido apenas a sétima posição.

As carnes, considerando apenas o produto "in natura", também tiveram um bom desempenho. As exportações somaram US$ 13 bilhões, 12% mais do que no período anterior. O frango lidera em valor, mas foi a carne bovina que teve a maior evolução das receitas no período: mais 18%.

O açúcar, com vendas externas no valor de US$ 11,4 bilhões no ano passado, também ajudou a sustentar o saldo comercial do agronegócio. Esse valor poderia ter sido maior não fossem as oscilações externas de preços.

Com presença entre os principais itens do setor, o café foi um dos poucos produtos a perder receitas no ano. Dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) indicam divisas de US$ 4,6 bilhões no ano passado, 5% menos do que em 2016.

Dois outros destaques na balança foram celulose e milho. No caso do cereal, o Brasil parece ter encontrado o caminho externo para o produto, que teve receitas de US$ 4,6 bilhões.

As exportações de celulose, devido à crescente produção nacional, tiveram receitas de US$ 6,35 bilhões, segundo a Secex.

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