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valdo cruz

 

09/10/2012 - 03h00

Dilma e o PT, um caso (novo) de amor?!

A presidente Dilma Rousseff fez mais do que mirar 2014 ao entrar de corpo e alma nas campanhas dos petistas Fernando Haddad (SP) e Patrus Ananias (BH). Fez também um gesto de aproximação na direção da militância petista, da qual se manteve distante desde que assumiu a Presidência da República. Uma distância que incomodava e muito o mundo petista, queixoso do tratamento dispensado ao partido pela presidente.

Nos dois comícios em que participou no primeiro turno, em São Paulo e Belo Horizonte, Dilma "agradou em cheio" a militância petista. Adotou um tom "agressivo" nos ataques aos tucanos, bem ao gosto dos petistas, buscando demarcar terreno desde já em relação àqueles que devem ser seu principal adversário na campanha presidencial.

Na avaliação de um ministro que dividiu palanque com Dilma na eleição presidencial, ela estava muito mais à vontade do que em sua campanha de 2010. Em sua opinião, apesar de inicialmente não desejar participar de comícios no primeiro turno, a presidente mostrou "vontade e gana" ao falar para a militância em São Paulo e Belo Horizonte. "As pessoas se surpreenderam com o jeitão dela, foi um ensaio para a campanha de 2014", comentou o auxiliar presidencial.

O ponto alto teria sido em Minas, quando subiu e muito o tom contra o tucano Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à Presidência. Petistas gostaram particularmente quando ela devolveu as críticas do senador mineiro, que tentou classificá-la de "estrangeira" em seu Estado natal e chegou a perguntar onde a "mineira Dilma iria votar" --a presidente votou em Porto Alegre.

Em seu discurso a favor do então candidato Patrus Ananias, Dilma disse ter deixado Minas não para ir à praia, mas porque precisou fugir dos militares durante a ditadura militar. Uma alfinetada em Aécio, sempre criticado por seus adversários por passar muito tempo no Rio de Janeiro e não em Minas.

Assessores reconhecem que a presidente estava devendo à militância petista e que a participação na eleição municipal vai ajudar e muito a quebrar o gelo entre os dois lados. E que a aproximação só vai aumentar agora no segundo turno, quando a presidente promete atuar ativamente das campanhas dos petistas Fernando Haddad (SP) e Nelson Pelegrino, em Salvador (BA). Nas palavras de um petista, Dilma parece ter tomado gosto de subir num palanque.

Por sinal, ela já avisou sua equipe que terá uma "agenda pesada" no segundo turno. Vai subir no palanque do petista baiano e estará mais de uma vez no de Fernando Haddad em São Paulo. Junto do ex-presidente Lula, Dilma quer porque quer derrotar o tucano José Serra e pavimentar o caminho para o PT atingir um antigo sonho: conquistar também o governo estadual.

valdo cruz

Valdo Cruz é repórter especial da Folha. Cobre os bastidores do mundo da política e da economia em Brasília. Escreve às segundas-feiras.

 

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