Não Colou? Tira do ar!

Bem, como estamos falando da campanha de José Serra, tudo pode mudar. Mas as últimas informações dão conta de que o presidente Lula está fora do programa de TV do tucano. Já não esteve, por sinal, no que foi veiculado no último sábado à noite. Esteve no da tarde daquele dia. Mas ficou de fora do da noite. Diria que baixou o bom senso no tucanato e aquilo que, tudo indica, foi um laboratório, não teve o efeito esperado e foi arquivado.

Presidente do PSDB, Sérgio Guerra contou que "a presença do presidente Lula não mudou nada, não teve nenhum impacto" na campanha de Serra e, por isso, "não deve se repetir". Em outras palavras, o que o senador tucano quis dizer foi o seguinte: colocaram no programa do PSDB a imagem de Lula ao lado de Serra para fazer um teste. A reação do eleitorado não foi boa, não teve a reação esperada e a ideia foi deixada de lado.

Agora, claro, diante da reação negativa dos aliados, vão dizer que tudo não passou de um teste. Pode e deve ter sido realmente. Só que, mais uma vez, feito seguindo o roteiro da campanha serrista: sem combinar com os aliados, surpreendidos com a presença de Lula no programa de Serra. Óbvio que as chances de dar certo eram diminutas. Como explicar o fato de que, num dia acusam Dilma de pegar carona na garupa do presidente Lula, no outro tentam derrubá-la para ocupar o lugar da petista. Soaria e soou muito falso.

Bem, se realmente arquivarem a ideia brilhante de confundir o eleitorado, qual será a próxima estratégia Serrista para barrar a disparada de Dilma Rousseff? Apostaria que vem chumbo grosso por aí. Ataques mais diretos à candidata Dilma e a seus aliados mais próximos. Afinal, os tucanos estão ficando sem saída. Brincar de governistas não deu certo. Dosar no tom do ataque, também não. Agora, talvez seja a hora, na visão tucana, de partir para a desconstrução da imagem da ex-ministra da Casa Civil. A conferir.

Só continuidade?!

Nos próximos dias, novas pesquisas serão divulgadas. Se Dilma Rousseff aumentar ou mesmo mantiver a mesma distância que a separa de José Serra, corremos o risco de que a eleição de 2010 fique restrita a uma disputa entre continuidade ou não do governo atual. Claro que não é pouca coisa. Para boa parte do eleitorado, isso pesa e muito. Conta se para ele sua vida está ou não melhor com as últimas políticas públicas. Sem entrar no mérito, as pesquisas mostram que, sim, o eleitorado está muito satisfeito. Só que, mais uma vez, prevalecendo essa tendência, o debate mais aprofundado sobre propostas concretas por parte dos presidenciáveis ficará em segundo plano.