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Chef do melhor restaurante do mundo diz que o mais difícil é cozinhar para as filhas
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DE SÃO PAULO
Durante um festival promovido pela revista americana "New Yorker" no último final de semana, nos Estados Unidos, a escritora Jane Kramer entrevistou o chef dinamarquês René Redzepi. Seu restaurante Noma, em Copenhague, é o melhor do mundo, de acordo com a revista britânica "Restaurant".
Na entrevista, publicada no site "Eater", ele falou um pouco sobre os temas a seguir:
Richard Vines/Bloomberg |
Chef René Redzepi, do restaurante Noma, na Dinamarca |
FILHAS
Ele passa até 85 horas por semana trabalhando, mas garante que fazer o almoço de suas duas filhas, de um ano e de quatro anos, "é a coisa mais estressante que existe no mundo inteiro". A gente nunca sabe o que acontece. Aquilo de que elas gostam em uma semana, dias depois apenas dizem "eu não quero isso, eu odeio isso".
Há rumores de que um livro sobre cozinhar para crianças pode ser seu próximo lançamento.
COZINHA REGIONAL
Antes do Noma, os escandinavos não acreditavam que tinham uma cozinha regional. "Havia apenas comida para sobreviver", disse o chef. "O pensamento dos dinamarqueses foi expandido quando passamos a utilizar produtos locais em receitas já existentes, mas antes preparadas com ingredientes de outras culturas."
Para garantir a diversidade de sabores para os clientes do Noma, ele estima que hoje tenha 1,5 tonelada de alimentos secos e armazenados, para serem utilizados futuramente no restaurante.
INSETOS NA GASTRONOMIA
Alguns produtos foram levados ao evento. Entre eles, rosa mosqueta fermentada e seca, cogumelos, formigas e grilos. "Sei que no Ocidente é tabu comer insetos. Mas é uma coisa comum no Sudeste Asiático, por exemplo. E comemos mel, que é o vômito de abelha, e outras coisas das quais nem sabemos a origem".
AÇÚCAR, AGRICULTORES E FILME
Com tanta genialidade na cozinha, Redzepi admitiu que tem problemas na hora de criar uma sobremesa. Ele acredita que o açúcar "rouba" o sabor dos outros ingredientes. "Eu realmente não gosto de açúcar" disse.
Quando o assunto da conversa chegou no campo, o chef afirmou que "ninguém dá a mínima para os produtores", e que isso é um problema mundial.
Questionado sobre qual é seu filme predileto, a resposta foi "A Festa de Babette" (1987, Dinamarca). Na obra, a protagonista que dá nome ao filme prepara um jantar à base de receitas francesas. Um banquete surpreendente para os personagens do filme. Assim como as criações inovadoras de Redzepi no melhor restaurante do mundo.
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