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31/10/2012 - 04h09

Chefs e artistas criam experiências com gastronomia e arte no MAM-SP

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MARÍLIA MIRAGAIA

Uma iniciativa do MAM-SP quer mostrar a gastronomia como expressão cultural, longe do cotidiano de restaurantes.

Chamada de Eventos de Arte e Gastronomia, segue para sua etapa final. Os curadores, o chef Laurent Suaudeau, 55, e Felipe Chaimovich, 44, (curador do museu), falaram à Folha e fizeram um balanço da série, que reúne chefs e artistas (nesta semana, Renato Carioni e Jardineiro André Feliciano) para criar experiências "artístico-degustativas".

Karime Xavier/Folhapress
Consomê de legumes e pedra-sabão, concebido pelo artista Matheus Rocha Pitta e pelo chef Rodrigo Oliveira, do restaurante Mocotó
Consomê de legumes e pedra-sabão, parceria do artista Matheus Rocha Pitta e do chef Rodrigo Oliveira

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Folha - O que resume o evento?
Felipe Chaimovich - No mundo da arte, as colaborações entre artistas e chefs eram projetos de artistas executados por chefs. Tratamos os dois como iguais, isso não tem precedentes. Outra coisa importante é descolar a gastronomia do mundo dos restaurantes. Mostrar como ela toca um sentido muito profundo da cultura humana.

Laurent Suaudeau - É um carimbo no processo evolutivo da gastronomia e das artes. Não é um trabalho de apresentação estética. É baseado no relacionamento. Muito mais do que simplesmente uma fotografia, é uma expressão visceral.
É uma nova linha curatorial do museu?
Chaimovich - O MAM tem trabalhado de forma intermitente com gastronomia desde 2005. Os encontros foram uma forma de assumir essa linha publicamente.

Como selecionaram as duplas?
Chaimovich - Selecionei artistas que já trabalharam com comida, seja com fotografia, arte conceitual, performance... Então, apresentei ao Laurent essa produção.
Suaudeau - O que enxerguei nessa iniciativa é a dificuldade de inserir a alimentação dentro do processo cultural do país. Então o critério era ter cozinheiros brasileiros porque havia uma relação com a cultura do país.

Como o público reagiu?
Chaimovich - É diferente do cotidiano do museu. A comida quebra qualquer barreira. Algumas pessoas chegam ao MAM e têm uma atitude, sobretudo corporal, reprimida por causa do histórico do que é um museu. Quando o que ele exibe é comida, a pessoa não tem repressão. É uma experiência de liberdade.

Suaudeau - Você tem a chance de questionar a cozinha dentro de uma realidade de exposição. A primeira semana foi uma experiência fenomenal. Estamos rindo, mas não foi tão divertido.

O que aconteceu na primeira semana?
Chaimovich - Foi quando alguns artistas entraram na cozinha com o público. Precisamos avisá-los que existem normas para manusear alimentos dentro da cozinha. E explicamos que essas leis da Anvisa [a Agência Nacional de Vigilância Sanitária] não são arbitrárias. Isso aconteceu porque é o encontro de dois mundos diferentes. De um lado, tem o artista, que questiona regras e tem índole individual. Do outro, tem o chef, que trabalha coletivamente sob pressão.

Encontros de Arte e Gastronomia
Onde MAM-SP (parque Ibirapuera, av. Pedro Álvares Cabral)
Quando Até 24/11, de ter. a dom.

 

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