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No Dia Mundial Sem Carro, SP tem lentidão e ciclofaixa quase vazia
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THIAGO AZANHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com quatro ciclofaixas abertas excepcionalmente neste sábado, Dia Mundial Sem Carro, a cidade de São Paulo teve trânsito intenso, com congestionamentos em algumas das principais vias e o índice de lentidão superando o verificado no sábado anterior.
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Segundo informações do site da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), o pico de lentidão até as 12h chegou a 30 km, mais que o triplo do índice máximo registrado no dia 15 --de 9 km. Até as 16h, o trânsito chegou a 37 km, contra 19 km no mesmo período do sábado anterior.
Isadora Brant/Folhapress | ||
Ciclofaixa de lazer provoca trânsito na av. República do Líbano no Dia Mundial Sem Carro |
O pior momento foi por volta das 14h, quando vias como a avenida dos Bandeirantes tinham 3 km de filas no sentido da marginal Pinheiros.
Além de trânsito lento, os paulistanos encontraram ciclofaixas quase vazias.
Na ciclofaixa entre os parques Villa-Lobos e do Povo, a Folha contou 120 ciclistas em 10 km de percurso durante uma hora (das 9h às 10h).
A ciclista Denise Teixeira, 47, trocou o carro pela bicicleta e, pela primeira vez, pedalou pela ciclofaixa. "Sou super a favor deste dia, mas, infelizmente, falta estrutura para circular diariamente com bicicletas pela cidade."
Já a sua amiga Sandra Calache, 53, tentou nos últimos quatro anos substituir o carro pela bicicleta no dia a dia, mas desistiu da ideia devido ao desrespeito dos motoristas e à falta de segurança.
Na rua Alvarenga, por onde passa a ciclofaixa, os ciclistas encontraram apenas meia faixa para circular. Os agentes que monitoram o trânsito afirmaram que o movimento estava fraco durante toda a manhã.
O trânsito de carros, por outro lado, aumentou. A maioria dos motoristas disse que não sabia que hoje era o Dia Mundial Sem Carro.
Entre a avenida Valentim Gentil e a praça Panamericana, na zona oeste, a Folha levou 30 minutos no trajeto, que, em dias normais, pode ser feito em cinco minutos.
Parado no congestionamento formado antes de chegar à ciclofaixa na ponte Cidade Universitária, Germano Leal, 55, estava contente, pois havia acabado de comprar o seu carro. "Ando de moto todo dia, não estou acostumado a ficar parado. Mas, a partir de hoje, vou me acostumar com a ideia", disse.
Já Marcelo Morete, 44, trafegando com seu automóvel pela avenida Lineu de Paula Machado, próximo ao Parque do Povo, disse que, durante a semana, só utiliza o metrô e ônibus. "Pensei que hoje, sábado, estaria mais tranquilo o movimento e peguei o carro, mas não deu certo."
Na avenida Paulista, o movimento na ciclofaixa também era baixo, apesar de diversas associações e ONGs estarem realizando campanhas na praça do Ciclista, próximo à rua da Consolação. O maior movimento concentrava-se ao redor de um grupo musical, que tocava um repertório de jazz.
Izabel Marques, 24, que estava numa tenda do Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor, defendia a etiquetagem veicular, para as montadoras informarem por meio de um adesivo o consumo de combustível do automóvel.
Ela e a amiga Heloísa Mota, 21, também aproveitaram o Dia Mundial Sem Carro para tomar sol em plena Paulista. "Viemos aqui para divulgar alguns esportes de praia e ver o movimento das bikes", disse.
Já o ciclista Antonio Carlos Morelli, 56, reclamou da falta de divulgação do evento. "Fiquei sabendo porque circulo pela ciclofaixa aos domingos. Meu filho, que sempre anda comigo, não quis acordar cedo neste sábado para pedalar", afirma.
Colaborou ANDRÉ MONTEIRO, de São Paulo
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