Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
24/09/2012 - 13h21

Com ajuda de rastreador de celular, jovem é preso e condenado no DF

Publicidade

LEANDRO COLON
DE BRASÍLIA

No dia 6 de abril deste ano, feriado de Sexta-feira Santa, um jovem de 22 anos pegou sua moto, saiu de casa, na periferia de Brasília, assaltou um bar conhecido da cidade e, com um tiro, matou um funcionário de 31 anos do Banco Central.

Rastreador de celular ajuda PM a prender suspeito de roubo em SP
Suspeito é preso ao usar celular roubado com rastreador em SP

Servidor público do setor de informática do BC havia dois anos, o pernambucano Saulo Jansen estava acompanhado da mulher e da filha recém-nascida, além de amigos. Faria aniversário no domingo de Páscoa. Tomou um tiro no peito e não resistiu.

O caso chocou Brasília. A forma como solucionado chama a atenção pois coube a uma vítima do assalto, e também testemunha, localizar o criminoso horas depois com um rastreador de telefone.

No mesmo dia do crime, apenas três horas depois, Tiago Pereira Andrade foi preso em casa em flagrante com a arma usada naquele dia, um revolver calibre 38, e o material roubado no Bendito Suco, ponto de encontro de ciclistas. Não houve tempo para fuga.

O processo judicial foi rápido. Quatro meses depois, no dia 22 de agosto, ele foi condenado pela Justiça a 24 anos de prisão. Em sua sentença condenatória, o juiz Frederico Ernesto Cardoso Maciel, do Tribunal de Justiça do DF, destacou a importância da prisão em flagrante. "A materialidade do crime restou evidenciada pelos documentos acima referidos, em especial pelo Auto de Prisão em Flagrante", disse.

Na época do crime, a Polícia Militar do DF estava em "operação tartaruga", protestando por melhores salários.

Os autos do processo mostram que a prisão imediata de Tiago Andrade e sua condenação em apenas quatro meses a uma pena de 24 anos de cadeia só foi possível porque uma das vítimas do assalto, o empresário Marcelo Bufaiçal, 31, conseguiu rastrear o seu celular --um iPhone-- levado pelo jovem. "Foi decisivo, o crime foi solucionado em horas por isso", admite o diretor-geral da Polícia Civil do DF, delegado Jorge Xavier.

Um computador de Marcelo mostrou que o aparelho estava numa quadra do Paranoá, a poucos quilômetros do Bendito Suco. Ele então avisou a polícia e, com a ajuda de dois agentes, foi para a região onde apontava o rastreador de se telefone. Com seu computador no Paranoá, Marcelo e os agentes acharam o celular em cima do telhado de uma casa enrolado numa camisa com cheiro de naftalina. Tiago Andrade estava na casa ao lado, foi preso, sem reagir ou resistir à prisão.

"Ele deu muito azar, porque não desligou o aparelho", disse Marcelo à Folha. "O rastreador foi importante porque ele estava de capacete na hora do crime. E foi preso com tudo o que roubou", ressaltou. O revolver que matou Saulo Jansen foi encontrado atrás de um botijão de gás.

A polícia da capital federal admite que hoje os rastreadores de telefones e computadores são cada vez mais importantes na solução de roubos e assassinatos. "É uma ferramenta importante, mas não é a única", diz o diretor da Polícia Civil.

Ele evita, porém, revelar estatísticas, números sobre o que consegue descobrir por meio deste método de investigação. "A polícia não dispõe só desse mecanismo, como também de outros, mas consideramos fundamental não divulgar, porque é vital manter o sigilo para surpreender o criminoso", afirmou.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página