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18/10/2012 - 11h01

Aeroporto de Viracopos não deveria ter sido fechado, diz Azul

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MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO

A Azul acredita que o acidente com o cargueiro MD-11 da Centurion no aeroporto de Campinas (a 93 km de São Paulo) durante o fim de semana não precisava ter causado a interdição da pista por mais de 45 horas.

Editorial: Fiasco em Viracopos
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A interdição deverá custar cerca R$ 20 milhões à companhia. "A empresa ficou praticamente paralisada. Vivemos a pior crise possível em termos operacionais para uma companhia aérea", diz Gianfranco Beting, diretor de comunicação e marketing da Azul.

Pelos cálculos da Embraer, fabricante dos jatos operados pela Azul, seria possível utilizar 1.700 metros da pista e ainda sobrariam 500 m de área de escape.

A pista de Viracopos é uma das maiores do país, com 3.240 metros de comprimento. O aeroporto de Congonhas (na zona sul de São Paulo) tem uma pista de 1.700 m e o Santos Dumont, de 1.443 m.

A Azul solicitou por a liberação da pista para a Infraero, mas diz que não recebeu resposta. "Não nos disseram nem sim nem não, simplesmente não responderam", diz Beting.

Procuradas, a Infraero e a Anac confirmam a solicitação da Azul, mas informaram que o pedido estava "incompleto" e que seria preciso mais informações técnicas para poder liberar a pista.

Não é incomum utilizar uma pista parcialmente. Em aviação, isso é conhecido como operação com cabeceira deslocada.

Marcelo Justo/Folhapress
Equipes trabalham para retirar o cargueiro MD-11 da Centurion Cargo, que teve um pneu estourado durante pouso
Equipes trabalham para retirar o cargueiro MD-11 da Centurion Cargo, que teve um pneu estourado durante pouso

Os estudos elaborados pela Embraer levaram em consideração eventos de crise, como uma operação com apenas um motor com carga máxima. Ainda assim, explica Beting, o avião passaria a uma distância de 60 metros acima do cargueiro.

O acidente aconteceu na noite de sábado e o avião só foi liberado na segunda-feira às 17h30. Para o diretor da Azul, o prazo "aceitável" para a remoção do avião seria de até 10 horas.

Os cálculos de prejuízo incluem os gastos com a transferência de passageiros para outras companhias, hotel, táxi, alimentação, entre outros. E pode ser ainda maior, quando as ações judiciais começarem a pipocar. "O cliente não quer saber, ele comprou passagem da Azul", diz Beting, que passou a noite de sábado em claro tentando aplacar a ira dos clientes nas redes sociais. "O dano à nossa imagem é incalculável."

Para tentar minimizar os danos, a empresa voluntariamente interrompeu as vendas de passagens para o curto prazo, durante dois dias.

Além de ser base operacional da Azul, empresa que detém 14% do mercado nacional, Viracopos é o principal polo de carga da América Latina. Cerca de 80% dos voos da Azul estão concentrados em Viracopos. Com o acidente, a empresa ficou com 15 aviões, ou 40% da sua frota de jatos, "trancados" no aeroporto.

 

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